| 01/08/2006 21h17min
Dois grandes nomes do tênis argentino nas últimas temporadas, Guillermo Coria e Gastón Gaudio atravessam péssima fase na atual temporada e já não conseguem se destacar nem mesmo no piso que os consagrou: o saibro. Os dois acumulam más campanhas e seguem longe da forma que em 2004 os fez decidir Roland Garros.
Naquela ocasião, Coria era o favorito, ocupava a terceira colocação do ranking e apresentava grandes resultados no saibro. Já Gaudio aparecia como zebra, após anos sem grandes conquistas no circuito. Mesmo assim, de forma inesperada e após virada espetacular, quem se deu melhor foi justamente o segundo.
Apesar da dolorosa derrota, poucos acreditavam que Coria perderia o gás. Jovem e habilidoso, teria certamente outras chances pela frente. No entanto, o futuro não lhe foi nada favorável. Em 2006, colecionou fracassos e obteve como melhores campanhas quartas-de-final em Monte Carlo e uma semifinal em Amersfoort, o que fizeram seu ranking despencar para o 33º posto.
Pior, apareceu como destaque apenas por feitos negativos. Foi o que aconteceu, por exemplo, em Monte Carlo, quando encaixou mais de 20 duplas-faltas em duas partidas seguidas. O saque ruim voltou a acompanhá-lo nos outros torneios, tanto que nesta semana precisou desistir ainda na primeira rodada do torneio de Sopot por dores no ombro direito.
Aliás, a derrota no torneio polonês fará com que caia ainda mais, saindo do grupo dos 40 primeiros. Assim, não será um dos favoritos no Aberto dos EUA e pode fazer, por exemplo, confrontos com Roger Federer ou Rafael Nadal logo na primeira rodada.
Segundo o Diário Olé, da Argentina, Coria tem tentando de tudo para sair da má fase e até teria contatado Brad Gilbert antes de o mesmo acertar com a revelação Andy Murray. Agora, é observado por Jose Higueras, ex-treinador de Pete Sampras e Michael Chang. Ainda assim, vem treinando forte, o que indica que a má fase seria mais psicológica do que técnica.
Nesta terça-feira, em Sopot, Gaudio foi convidado a comentar sobre a fase ruim do compatriota, mas se esquivou e deu apenas dicas.
– Há dois anos ele jogava muito bem, mas agora tem apresentado problemas com o saque e parece que perdeu confiança. Não sei se voltará ao nível de antes, é melhor perguntar a ele.
Confiança, aliás, é o que também falta a Gaudio. O próprio tenista admitiu que este é o principal motivo para sua queda de rendimento. Número cinco do ranking em abril do ano passado, o tenista vem fracassando nesta temporada. Não tanto como Coria, mas acumula más campanhas que já lhe custaram queda de 15 posições desde que chegou ao ápice.
Nesta terça, Gaudio conseguiu a primeira vitória na Polônia, mas penou para derrotar o sérvio Boris Pashanski.
– Não estou com muita confiança no momento, por isso tenho que jogar de forma mais conservadora do que o habitual. Aliás, venho jogando assim já há um bom tempo – admitiu o tenista.
Nesta temporada, Gaudio ainda viveu bons momentos como no Masters Series de Monte Carlo, em que chegou à semifinal. Foi também à mesma fase em Acapulco e às quartas em Gstaad, Kitzbühel e Valência, mas caiu diante de tenistas inexpressivos no saibro, como Gilles Simon, Xavier Malisse e Nicolas Kiefer.
No entanto, não é só de más fases que vive o tênis argentino. Dois antigos representantes vivem bons momentos, caso de Agustín Calleri e Juan Ignácio Chela. O primeiro foi campeão em Kitzbühel, no último domingo e quebrou fase de mais de três anos sem conquistas. Nesta terça, ainda superou jogo duro na Polônia.
Chela foi vice na Áustria e estreou com vitória arrasadora no mesmo torneio. Mesmo cansado pela maratona, justificou o triunfo exatamente com o que falta a Coria e Gaudio.
– Estou muito feliz e confiante. Não pude descansar após Kitzbühel, mas fiz uma partida ótima – destacou o tenista, hoje o 34º do mundo.
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