| 02/08/2006 15h15min
Pelo menos 177 crianças morreram no Líbano devido aos ataques israelenses, e a população infantil constitui um terço dos 3 mil feridos ocasionados pelos enfrentamentos, segundo números das Nações Unidas.
– Os ataques devem ter fim – assinalou em comunicado Radhika Coomaraswamy, representante especial da ONU para questões relacionadas à infância, que condenou duramente os ataques contra as crianças, desde o início do conflito no Líbano, em 12 de julho.
O fim dos ataques, segundo ela, daria oportunidade a todos os envolvidos de refletirem sobre o impacto da guerra sobre as crianças, e proporcionaria o tempo necessário para a formulação de um marco político que permita garantir uma paz permanente. Coomaraswamy pediu aos grupos envolvidos no conflito que cumpram a resolução 1612, adotada pelo Conselho de Segurança em 2005, pela qual foi criado o sistema de controle e compilação de informações com o objetivo de frear os abusos e violações dos quais são vítimas as crianças em situações de conflitos armados.
Números do Fundo para a Infância (Unicef) mostram também que um terço dos 3 mil feridos no conflito do Líbano são crianças, que também representam 45% das 800 mil pessoas deslocadas desde o início dos conflitos. A representante da ONU pediu pelo cumprimento da resolução 1539, que pede que não sejam atacadas escolas e hospitais, e se permita o acesso de crianças à ajuda humanitária.
– Não podemos retroceder nos acordos alcançados sobre a proteção internacional à infância. Várias vezes, o mundo se uniu para proteger as crianças. Não podemos fracassar – afirmou.
Coomaraswamy indicou que a Unicef e outras agências da ONU estão supervisionando possíveis violações ao direito internacional no Líbano e em Israel, a fim de elaborar um relatório que será apresentado ao Conselho de Segurança.
– Os violadores podem enfrentar medidas punitivas se continuarem desafiando as resoluções do Conselho – afirmou.
Mais de 600 pessoas morreram no Líbano desde que teve início, há três semanas, a ofensiva militar de Israel após a captura, no último dia 12, de dois soldados israelenses pela milícia xiita libanesa Hezbollah.
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