| 02/08/2006 17h38min
As tentativas de Havana de propagar uma imagem de Raúl Castro como um líder compassivo e um homem de família correspondem a uma mera estratégia de propaganda, segundo advertência de grupos de exilados cubanos em Miami.
– Trata-se da mesma ditadura, com um rosto diferente – afirmou Ninoska Pérez, presidente do Conselho pela Liberdade de Cuba.
Para Ramón Saúl Sánchez, presidente do Movimento Democracia, a transferência provisória de poderes de Fidel Castro para seu irmão Raúl, por ocasião de sua hospitalização, terá como consequência o aumento da repressão.
– É mais do mesmo, e ainda pior – afirmou Saúl Sánchez, que se mostrou pessimista sobre a possibilidade de que tenha início um diálogo nacional em Cuba.
– Não há esperanças. Raúl Castro será implacável com os dissidentes – assegurou.
Segundo Pérez, debaixo da falsa imagem de homem bom, Raúl é um ser impiedoso, que "como Hitler, amava seu cachorro, mas eliminava seres humanos".
Esta impressão é compartilhada por José Hernández, presidente da Fundação Nacional Cubano Americana (FNCA), para quem esta estratégia da hierarquia castrista vem sendo trabalhada há meses, para limpar a imagem de Raúl Castro.
– Não vai haver mudanças. A comunidade internacional não deve esperar de Raúl uma atitude mais compassiva com o povo cubano – afirmou Hernández.
Hernández relatou a execução sumária por Raúl Castro, em 1959, de 72 soldados de (Fulgencio) Batista.
Pérez afirmou que se trata da "mesma ditadura, com um rosto diferente".
– O máximo que se pode esperar é uma abertura em direção ao modelo econômico chinês – disse.
Carente do carisma e da habilidade política de seu irmão, Raúl Castro é uma figura que não conta com o respeito da população cubana e das Forças Armadas, embora tenha seu respaldo, conforme Saúl Sánchez.
AGÊNCIA EFEGrupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2009 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.