O clima no Estádio Olímpico pesou. Até mesmo o sempre comedido nas palavras e experiente Zinho perdeu a paciência com as especulações de sua saída do clube. A diretoria começou nesta terça-feira, 23 de julho, a realizar reuniões com os jogadores para negociar redução nos salários dos atletas, o que perturbou um pouco o ambiente. O meia ficou indignado com os jornalistas ao ser questionado sobre uma possível saída do Grêmio.

– Eu mal saí do vestiário e vocês (imprensa) me encheram de perguntas e flahes. Vocês (imprensa) têm de perguntar é para o presidente. Já perguntaram a ele? – questionou. – Vocês (imprensa) não estão tratando o assunto com respeito – com o tom de voz mais sério. – Estou marcando a cara de cada um de vocês (imprensa). Vai ter volta, vai ter volta! – já em tom de ameaça.

Zinho (foto) tem o salário mais alto do grupo de jogadores: R$ 100 mil. Quando de sua renovação com o clube, o meia já havia reduzido seu salário, que era de R$ 200 mil. Bem diferente, Tinga deixou o Olímpico com a simpatia habitual, mas não quis comentar o assunto enquanto não for procurado pela diretoria.

O técnico Tite também optou por silenciar sobre o tema. O treinador disse apenas que o assunto é delicado e muito particular. O goleiro Danrlei, cujo contrato vai até 2004, foi o primeiro a discutir o assunto. Nesta semana, Zinho, Fábio Baiano e Roger também serão chamados à sala da presidência a fim de discutir seus salários. O atacante Luís Mário disse que "dificilmente" aceitará uma diminuição.

O meia Fábio Baiano recebe R$ 90 mil mensais. O Grêmio não tem interesse em permanecer com o jogador para o segundo semestre. O clube teria de desembolsar R$ 2 milhões de seus cofres ao Flamengo para ficar com 50% do passe de Baiano.

No entanto já é certo que os zagueiros Mauro Galvão e Pablo Hernández eo meia Valdo não seguem no Olímpico. Já os atacantes Rodrigo Fabri e Rodrigo Mendes ainda têm chance de acertar com a direção e continuar vestindo a camisa tricolor.