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 | 03/08/2006 23h45min

Colorado vence Libertad e está na final da Libertadores

Vitória por 2 a 0 devolve a emoção da decisão 26 anos depois

O Inter venceu o Libertad por 2 a 0 na noite desta quinta, dia 3, e garantiu presença na decisão da Copa Libertadores da América 2006, diante do São Paulo de Muricy Ramalho. Alex abriu o placar e Fernandão, que marcou pela 50ª vez com a camisa vermelha, definiu o placar. Vinte e seis anos depois, o Inter volta a ter chances de conquistar a América.

Com o empate sem gols em Assunção, as duas equipes precisavam da vitória (ou, no caso dos paraguaios, de um empate com gols) para chegar à final. Assim, o objetivo dos dois técnicos era o mesmo: atacar, mas sem descuidar da defesa. Desta forma, a marcação forte fez com que a bola ficasse a maior parte do tempo entre as intermediárias.

Antes da partida, foi anunciada a troca de Aquino pelo zagueiro Cáceres. Durante o primeiro tempo, a alteração se justificou: alto, Cáceres conseguiu impedir as cabeçadas de Fernandão.

O ataque colorado estava bem marcado e finalizou pouco. Mas a primeira chance veio cedo. Aos três minutos, Edinho fez grande jogada e lançou Sobis, que deu um toquezinho sutil, mas o goleiro Gonzáles brilhou fazendo grande defesa. Já aos seis, quem apareceu foi Clemer, que agarrou uma bola batida pelo perigoso Guiñazú, da meia-direita.

No segundo tempo, nenhuma alteração nas equipes e um início parecido com a primeira etapa: até aos seis minutos, o Inter criou duas chances, sem grande perigo, e o Libertad não havia ultrapassado o meio-campo. Isto seria normal, se não restassem 39 minutos para uma decisão por pênaltis.

Então, o Libertad resolveu atacar, e não chegou ao gol porque a noite era do Inter. Primeiro, Bolívar salvou a pátria colorada afastando uma bola que foi lançada na medida para López na pequena área. Na cobrança do escanteio, dois jogadores do time paraguaio não alcançaram a bola alçada para cabecear e ela se perdeu pela linha de fundo.

Na tentativa de tornar o Inter mais ofensivo, Abel tirou o volante Fabinho e promoveu a entrada de Rentería – o amuleto colorado. Quem sabe novamente a estrela do saci colombiano não brilhasse e ele mais uma vez seria o herói?

Porém, a honra estava reservada a um jogador que já estava em campo e jogava bem: Alex. Já no primeiro tempo, ele havia empolgado com belas jogadas e passes de calcanhar. Mas foi aos 18 minutos que ele entrou para a história colorada: depois de receber a bola na intermediária, o meia dominou, avançou e chutou, com pé esquerdo, em direção ao gol. O tiro ganhou efeito e entrou no canto direito do goleiro Gonzáles. A torcida na arquibancada foi ao delírio. Alex deu cambalhotas no gramado e depois foi abraçado por todo o time, incendiando a partida.

Minutos depois, Índio quase ampliou, cabeceando uma bola alçada na área por Sobis, que entortou dois marcadores. Gonzáles defendeu. Guiñazú então tentou um contra-ataque, mas acabou perdendo a bola e o jogo, já que a resposta colorada terminou com o tento de Fernandão.

Deixando a marcação do altão Cáceres de lado, o atacante recebeu na entrada da área e chutou, a bola desviou na zaga e matou o goleiro, que nada pode fazer para evitar o 50° gol da capitão com a camisa colorada.

No último minuto, o técnico Abel Braga substituiu Alex, que sentia dores no quadril, por Perdigão. A troca soou como uma homenagem, pois o meia foi ovacionado pelos mais de 40 mil colorados que estavam em estado de êxtase com a classificação.

Na próxima quarta, a parada é contra o São Paulo, de Muricy Ramalho. Técnico que deu forma a este time e o classificou à competição sul-americana. O primeiro jogo é no Morumbi, e a partida de volta no Beira-Rio. Alguma dúvida de que o Gigante novamente será um caldeirão vermelho?

Mariane Hahn
mariane.hahn@rbsonline.com.br

 
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