Nem só dos velhos santinhos, cartazes e bandeiras estão se armando os candidatos a um cargo em 1º de outubro. A internet vem se transformando em uma ferramenta preferencial de caça ao voto nestas eleições, por meio de recursos como sites oficiais, blogs e e-mails. Em razão de seu ineditismo, a campanha virtual ainda tem limites pouco claros.

A cada dia, 43 postulantes a uma cadeira de deputado, governador, senador ou presidente em todo o país criam sua home page oficial sob a denominação .can.br – domínio oferecido gratuitamente aos concorrentes. Até ontem, 1,6 mil dos 19 mil candidatos já haviam lançado sites com a nomenclatura eleitoral específica, 300 a mais do que na semana anterior.

O envolvimento dos políticos com a rede de computadores, porém, deverá ser bem maior. A estimativa do especialista em marketing pela Internet Leandro Oliveira é de que perto de um terço de todos os concorrentes façam algum tipo de campanha virtual até o dia da eleição – seja por meio de sites oficiais da candidatura ou pelo simples envio de e-mails.

– Nossa empresa está negociando com pelo menos 80 candidatos de fora do Estado – exemplifica.

O crescente interesse dos políticos pela campanha via computador faz com que a Justiça Eleitoral se prepare para enfrentar situações novas. Apesar de regras básicas terem sido definidas, os limites da utilização de blogs como palanques eleitorais, por exemplo, ainda são imprecisos.

– Eu tenho interpretações sobre a lei, mas elas podem ser diferentes para outra pessoa porque é a primeira vez que a Internet tem esse peso na campanha. Esta eleição vai ajudar a definir jurisprudências – explica o procurador regional eleitoral substituto gaúcho, Vitor Hugo Gomes da Cunha.

Cunha lembra que a caça eletrônica ao voto já conta com algumas regras específicas, como a proibição de propaganda eleitoral em portais de provedores de acesso à Internet.

MARCELO GONZATTO/ZERO HORA