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 | 08/08/2006 20h39min

Muricy e Abel, dois técnicos que não se prendem a rótulos

Treinadores dos finalistas São Paulo e Inter preferem emoção à elegância

Wanderley Luxemburgo lançou no Brasil a moda dos técnicos que dirigem suas equipes usando ternos elegantes e que falam com uma linguagem empolada. No entanto, Muricy Ramalho e Abel Braga se consagraram no futebol brasileiro com um discurso ríspido que vai de encontro à "moda européia" adotada pelo ex-treinador do Real Madrid, mas que é muito clara para os jogadores. Além disso, os comandantes de São Paulo e Inter não estão muito preocupados em seguir rótulos. Eles estão voltados para a final da 47ª edição da Libertadores.

Muricy, para quem o moletom do São Paulo é um manto sagrado, não fala de futebol com termos complicados, nem procura conselhos em livros de auto-ajuda. Já Abel Braga prefere calças jeans e camisas folgadas. Ele também é um técnico conhecido por não esconder suas opiniões, mesmo que sejam duras.

Para a imprensa, o treinador do Inter de Porto Alegre tem com os jogadores uma relação semelhante a de um pai com seus filhos: ele exige, briga, incentiva, repreende e se emociona quando avalia o empenho que levou sua equipe a uma vitória.

Já Muricy é sisudo. Ele não costuma sorrir, nem ser simpático com a imprensa e está sempre com o pensamento voltado para o trabalho.

Abel Braga já dirigiu o Inter na campanha da Libertadores de 1989, quando perdeu para o Olímpia, do Paraguai, na semifinal. Em competições nacionais, o melhor resultado do treinador foi a segunda posição do Brasileirão de 1988, com o Inter, e outros dois vice-campeonatos na Copa do Brasil, com o Flamengo em 2004 e com o Fluminense em 2005.

Em Campeonatos Estaduais, ele foi campeão em 1998 com o Atlético-PR, em 2004 com o Flamengo e em 2005 com o Fluminense.

Por outro lado, Muricy Ramalho já sabe o que é vencer uma Libertadores. Ele fazia parte da comissão técnica do São Paulo de Telê Santana que conquistou a competição em 1993.

Como treinador, alcançou em 1994 a equipe paulista o título da Copa Conmebol.

Desde então ele andou por vários clubes e alcançou vários títulos estaduais: Náutico (2001 e 2002), Inter (2003), São Caetano (2004) e São Paulo (2005).

O técnico do São Paulo espera tirar o melhor de cada jogador de sua equipe para garantir a quarta Libertadores da equipe paulista.

Já o comandante do Inter diz que está com um time disposto e preparado "para tudo". Além disso, espera tirar vantagem do fato de seus comandados conhecerem o método de trabalho de Muricy Ramalho.

A beleza da final estará nos craques que entrarão no campo. No banco de reservas não se deve esperar elegância, mas sim muita vibração e emoção.

AGÊNCIA EFE

 
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