| 11/08/2006 16h17min
A aprovação, ontem, do relatório parcial da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) das Sanguessugas encerrou a fase de investigação sobre o envolvimento de parlamentares na fraude da compra de ambulâncias a partir de emendas ao Orçamento. A próxima etapa dos trabalhos vai priorizar a investigação relativa às prefeituras, além do Poder Executivo.
Segundo dados da Controladoria-Geral da União, presentes no relatório parcial, o esquema envolveu quase 600 prefeituras e inúmeras entidades privadas, manipulou quase um terço dos convênios para compra de ambulâncias realizados pelo governo federal entre 2000 e 2004, e recebeu R$ 80 milhões em dotações orçamentárias da Saúde.
Novas denúncias apontam que as irregularidades também atingiram o Ministério da Ciência e Tecnologia. Três parlamentares serão responsáveis pela sub-relatoria que vai cuidar do caso: os deputados Júlio Redecker (PSDB-RS) e Albérico Filho (PMDB-MA) e o senador Flávio Arns (PT-PR). Na próxima terça-feira, a sub-relatoria realiza sua primeira reunião para definir o cronograma dos trabalhos.
Já há requerimentos para a convocação dos ex-ministros da Saúde no governo Lula Humberto Costa e Saraiva Felipe. Os governistas também querem estender as investigações para o Governo de Fernando Henrique Cardoso, convocando o ex-ministro da Saúde José Serra para depor.
Júlio Redecker, no entanto, disse que as investigações não serão iniciadas pelos ex-ministros.
– Pretendo dar início aos trabalhos de uma investigação na base, sem começar pelo telhado. Acho prematuro e nós temos que ter muita confiança no trabalho para não punir inocentes e inocentar culpados – afirmou.
Segundo o presidente da CPI das Sanguessugas, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), eventuais depoimentos de ex-ministros só ocorreriam depois das eleições, caso os requerimentos para isso sejam aprovados. Na opinião de Biscaia, não há razão para convocá-los neste momento, já que dois dos ex-ministros são candidatos a governos estaduais e estão em campanha. Serra concorre ao governo de São Paulo e Humberto Costa, ao de Pernambuco.
Biscaia convocou reunião administrativa da CPI também para a próxima terça-feira. Há cerca de 120 requerimentos para serem votados, mas as duas últimas reuniões não foram realizadas por falta de quórum. São necessários pelo menos 19 parlamentares presentes para a realização dos trabalhos. As atividades da comissão continuarão até o dia 22 de dezembro, quando termina o prazo regimental para seu funcionamento.
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