| 30/07/2002 07h57min
O candidato da Frente Trabalhista (PPS-PDT-PTB) à Presidência da República, Ciro Gomes, defendeu ontem, dia 29, o ex-governador do Ceará Tasso Jereissati (PSDB) das acusações de que estaria traindo seu partido ao não apoiar o tucano José Serra.
– As críticas não são justas. Há 20 anos trabalhamos juntos. Temos uma obra no Ceará. Nossa relação é de amizade, lealdade e compromisso com o Estado. Ele, no entanto, nunca deixou de afirmar que seu compromisso é com o PSDB – disse, durante tumultuada caminhada pelo centro do Rio.
Ontem, assim como aconteceu na sexta-feira em Curitiba, Ciro mudou seus planos para evitar confusão. Na capital do Paraná, ele havia abandonado uma caminhada reclamando da desorganização e do assédio de jornalistas e militantes. No Rio, depois de uma confusa entrevista, com seguranças e repórteres disputando espaço para se aproximar do candidato, Ciro discursou para cerca de 300 pessoas e entrou no carro que o esperava. O carro, no entanto, não avançava por causa do assédio e acabou interrompendo completamente o trânsito na Avenida Rio Branco, uma das mais movimentadas do centro carioca.
Ciro, então, preferiu descer e caminhar cerca de 500 metros pela Rio Branco. Ele pediu desculpas a um camelô, que teve de recolher rapidamente os produtos da calçada para abrir caminho. Os organizadores do ato previam uma caminhada até a Cinelândia, distante pouco mais de 500 metros do local onde Ciro discursou. Antes de chegar à Cinelândia, no entanto, o candidato entrou no carro e, dessa vez, conseguiu partir sem confusão. Na conversa com jornalistas, ele afirmou que não aceitará o apoio de Anthony Garotinho (PSB) caso o ex-governador do Rio desista da candidatura:
– Não aceitaria o apoio, mas, por uma questão ética, prefiro não comentar notícias que considero não terem fundamento. Garotinho continua candidato.
O presidenciável defendeu também o presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, desafeto de Garotinho e que não esconde o desinteresse pelo apoio do candidato do PSB:
– O governador Leonel Brizola não é inimigo de ninguém. Ele é amigo de quem é leal a ele, como todos nós. Brizola tem razões de sobra aí para ter questões políticas apartando. Afinal de contas, o Brasil inteiro sabe que ele, o governador Brizola, deu oportunidade ao candidato (Garotinho).
A maioria dos militantes que recepcionaram Ciro no Rio era do PDT. Eles também recepcionaram os pedetistas Brizola e Carlos Lupi, candidatos ao Senado, e Jorge Roberto Silveira, candidato ao governo do Rio. O deputado federal Jair Bolsonaro (PPB) também esteve na reunião.
– Ciro me disse que estaria disposto a rever a lei de remuneração dos militares – afirmou Bolsonaro.
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