| 12/08/2006 16h19min
Durante reunião com 42 prefeitos baianos, em Salvador, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição, defendeu a reforma política, colocou em dúvida a capacidade de o Congresso realizá-la e criticou a imunidade parlamentar. Para o presidente a imunidade tal como é hoje estaria protegendo "a safadeza".
– A coisa é tão absurda que um deputado ou um senador pode achincalhar o presidente da República, como eu fui achincalhado, e não posso abrir um processo porque eles têm imunidade. A imunidade é para proteger a classe política do arbítrio e não para proteger a safadeza – disse Lula.
O presidente disse que hoje há muita denúncia, mas argumentou que a crise não é de um partido ou de uma pessoa, mas de uma estrutura e de um sistema político assim há muitos anos. Lula defendeu uma reforma política na qual o povo tivesse o direito de dizer como esta vai funcionar. Lula não chegou a defender a realização de uma Constituinte exclusiva para fazer a reforma política, como já propôs, mas colocou em dúvida a capacidade do Congresso de fazer as mudanças necessárias.
– Tenho dúvida se o Congresso Nacional fará uma reforma política de verdade. Porque eles estarão legislarão em causa própria e poderão fazer muito arremedo em causa própria. Vamos deixar a sociedade brasileira discutir – afirmou Lula.
O presidente indagou porque um deputado pode disputar no cargo um mandato de prefeito e um prefeito tem que renunciar para concorrer à Câmara. Lula também reclamou do funcionamento do Congresso, dizendo que 500 deputados votam e em seguida 80 senadores "desvotam". Ele também sugeriu que os parlamentares trabalham pouco.
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