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 | 18/08/2006 21h29min

Deputados acusados por CPI mantêm candidatura

Dos 72 citados, 68 serão processados, mas 58 continuam candidatos

Dos 72 parlamentares cujos processos de cassação são pedidos pelo relatório da CPI dos Sanguessugas divulgado na semana passada, 58 mantêm a decisão de se candidatar às eleições de outubro, ou ainda estão registrados como postulantes à candidatura. Na próxima terça-feira, serão abertos processos contra os 68 deputados da lista no Conselho de Ética da Câmara. Eram 69 os acusados de envolvimento na máfia das ambulâncias, mas o deputado Coriolano Sales (PFL-BA) renunciou ao mandato e teve o processo arquivado.

Depois que o processo é iniciado, não há como renunciar ao mandato para fugir da possibilidade de cassação e de perda de parte dos direitos políticos, incluindo a possibilidade de se candidatar a qualquer cargo público por oito anos mais o período que falta para cumprir o atual mandato. Por isso, os deputados acusados têm a possibilidade de renunciar até a meia-noite de segunda-feira. O prazo para o início dos processos contra os três senadores da lista ainda não foi estabelecido.

Os deputados que conseguirem se reeleger não ficam livres do processo por quebra de decoro na próxima legislatura. Para isso, bastará que algum partido político com representação na Câmara peça a abertura do processo, baseando-se nas denúncias da CPI.

Cinco parlamentares, segundo suas assessorias de imprensa, confirmaram a desistência de suas candidaturas à reeleição: Almerinda de Carvalho (PMDB-RJ), Jorge Pinheiro (PL-DF), Josué Pengston (PTB-PA), Lino Rossi (PP-MT) e Osmânio Pereira (PTB-MG). Pengston foi o único a anunciar publicamente a desistência. João Batista (PP-SP) também renunciou à candidatura, segundo a Justiça Eleitoral. Ninguém foi localizado no gabinete dele para confirmar a informação, ou explicar seus motivos. As assessorias dos demais parlamentares também não informam o motivo das desistências.

Dois parlamentares ficam impossibilitados de concorrer porque se desligaram dos partidos a que estavam filiados: Marcos de Jesus (PE), que era do PFL, e Paulo Feijó (RJ), ex-PSDB. A filiação partidária é condição para disputar as eleições, segundo a assessoria do TSE.

São 52 os que tentam a reeleição na Câmara. Um irá tentar a renovação da vaga de senador (Ney Suassuna - PMDB-PB), e um, a vaga de suplente de senador (Carlos Dunga - PTB-PB). Quatro disputam cargo de deputado estadual: Marcos Abramo (PP-SP), Edna Macedo (PTB-SP), César Bandeira (PFL-MA), e Robério Nunes (PFL-BA). A senadora Serys Shlessarenko (PT) disputa o governo de Mato Grosso.

Dos seis parlamentares restantes, o senador Magno Malta (PL-ES) tem mandato até 2011, e cinco já não estavam registrados para disputar nenhum cargo: Heleno Silva (PL-SE), José Divino (PRB-RJ), Vieira Reis (PRB-RJ), João Mendes de Jesus (PSB-RJ) e Vanderval Santos (PL-SP).

AGÊNCIA O GLOBO
 
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