| 22/08/2006 17h27min
O River Plate, um dos maiores clubes do futebol argentino, atravessa uma grave crise, resultado do péssimo desempenho da equipe em campo, de dívidas milionárias e de brigas envolvendo seus torcedores. O zagueiro Cristian Nasuti disse que o clima de violência que impera no clube, com agressões e ameaças de morte a jogadores e dirigentes após três rodadas do Torneio Apertura, pode obrigar os membros da equipe a treinar "com coletes a prova de balas".
O presidente do River, José María Aguilar, recebeu em casa uma carta com ameaça de morte, vinda também por e-mails e telefonemas para seu celular. O fato aconteceu um dia depois de um grupo de torcedores invadir o estacionamento do Estádio Monumental e quebrar vários carros de jogadores e dirigentes. Alguns chegaram a ter seus pneus rasgados. Foi um protesto pela derrota de 3 a 1 para o Racing, pela terceira rodada do Apertura. Além disso, dias antes um grupo de pessoas arrombou as portas de um carro e roubou cerca de US$ 10.000 de um piloto de automobilismo que jogava futebol num dos campos auxiliares do clube.
Outros jogadores e membros da comissão técnica que receberam ameaças de morte evitaram fazer declarações à imprensa e também não denunciaram à polícia os danos feitos em seus automóveis enquanto a equipe jogava no estádio do Racing. Há duas semanas, o River Plate obteve uma vitória sobre o Lanús na estréia do Apertura, para depois empatar com o Newell's Old Boys e ser derrotado pelo Racing. O time já está a cinco pontos dos líderes Boca Juniors e Estudiantes.
Acredita-se que o grupo de torcedores saiu do estádio do Racing após o River levar o terceiro gol e foi direto ao Monumental, para depredar os carros.
– Vamos ajeitar as coisas para que os jogadores treinem e atuem livres de qualquer pressão ou agressão", disse hoje José Maria Aguilar, descartando a possibilidade de renúncia – como apontado pela imprensa. – Já fiz várias denúncias por ameaças há bastante tempo – completou o dirigente.
Para completar, o clube também vive crise financeira: o clube tem um passivo de R$ 25 milhões e um déficit mensal de US$ 1 milhão.
A torcida violenta do River Plate protagonizou graves incidentes com a Polícia brasileira até no Morumbi, na partida das semifinais da Copa Libertadores do ano passado contra o São Paulo. No dia 18 de julho, confrontos entre torcedores violentos e a polícia obrigaram a suspensão do jogo entre River e Libertad em Assunção, também pela Libertadores.
No Mundial da Alemanha, a organização impediu os membros das torcidas organizadas de assistir à partida das oitavas-de-final frente ao México, em Leipzig, por terem desobedecido a ordem de sentar em seus lugares marcados nos estádios.
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