O Gil Vicente enviou à Fifa uma denúncia relatando a postura da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) diante do caso envolvendo irregularidades na inscrição do jogador angolano Mateus, que acabou rebaixando o clube. Com esta medida, a diretoria pretende mostrar à Fifa a posição de todos os envolvidos no caso. No comunicado, o Gil Vicente anunciou que também mandará uma queixa ao secretário de Estado do Esporte, Laurentino Dias, contra o Conselho de Justiça da FPF, acusado de decidir "em função do nome do acusado e não do caso concretamente, contrariando suas decisões anteriores".

Por sua vez, a FPF negou ter aconselhado o Gil Vicente a recorrer à justiça civil, garantindo ter alertado a entidade sobre as "graves conseqüências" de seguir com o caso. Hoje, o clube insistiu na recomendação da FPF e lamentou que o organismo "agora não assuma suas responsabilidades". No último dia 22, o Conselho de Justiça da FPF declarou improcedente o recurso do Gil Vicente em relação ao caso, punindo o clube com o rebaixamento à segunda divisão – o que mantém o Belenenses.

Encerradas as possibilidades de apelação ante as instâncias esportivas, o Gil Vicente apresentou ontem uma providência cautelar no Tribunal Administrativo de Lisboa para conseguir que o clube dispute a primeira rodada do Campeonato Português, no próximo domingo, ou haja a impugnação da competição. O clube recorreu ao tribunal argumentando ser um caso de direito do trabalho e uma questão esportiva.

Belenenses e Acadêmica denunciaram o Gil Vicente por inscrever como profissional o atacante angolano Mateus, depois de sua inscrição ser negada pela Liga. O clube foi a instâncias judiciais administrativas, o que é proibido e castigado com a pena do rebaixamento. No entanto, o Gil Vicente alegou que foi o jogador angolano, e não o clube, que entrou na Justiça civil para tentar jogar na primeira divisão na última temporada, o que torna a punição injustificável.