| 06/08/2002 23h13min
Em mais uma tentativa de reverter os desentendimentos causados por suas declarações sobre o destino dos empréstimos cedidos aos países da América Latina, o Secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Paul O'Neill, afirmou na terça-feira, 6 de agosto, que tem esperanças de que a situação mude na Argentina. Segundo ele, não existem motivos para achar que o país não vai cumprir com o pagamento de sua dívida ao Fundo Monetário Internacional (FMI).
O'Neill desembarcou em Buenos Aires sob fortes vaias. Milhares de pessoas participaram de um protesto em frente a Casa Rosada (sede do governo argentino) e uma foto dele chegou a ser queimada pelos manifestantes. No entanto, o autoridade norte-americana não demonostrou abalo e até conversou com a imprensa após uma reunião com o presidente Eduardo Duhalde. O chefe do Tesouro dos EUA garantiu que Duhalde não mencionou o pedido de renegociação da dívida durante o encontro.
O'Neill chegou a Argentina depois de uma estadia de dois dias no Brasil e uma rápida passagem pelo Uruguai – o país recebeu um empréstimo de US$ 1,5 bilhão do Tesouro norte-americano no início da semana para ajudar o setor bancário. Ele deve se encontrar nesta quarta-feira, 7 de agosto, com o ministro argentina da Economia, Roberto Lavagna.
Ainda no Brasil, Paul O'Neill incentivou empresas estrangeiras a investirem no país. O funcionário do governo norte-americano disse ainda que, no Brasil, existe um "fenômeno natural" de adaptação dos trabalhadores. Ele afirmou que, na sociedade brasileira, as pessoas "trabalham muito" e têm facilidade para se "adaptar a novos métodos e idéias".
– O Brasil é um bom lugar para se investir e ótimo para quem quer participar do desenvolvimento econômico – disse.
A imagem de O'Neill ficou abalada depois que ele insinuou em uma entrevista a uma televisão nos Estados Unidos que os recursos de organismos internacionais de crédito destinados a Brasil, Uruguai e Argentina poderiam ter sido desviados a contas na Suíça Os elogios do secretário foram feitos durante uma visita ao Centro de Recuperação e Treinamento de DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis) e Aids, da Secretaria de Saúde de São Paulo. O programa recebe recursos do Banco Mundial.
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