| 25/08/2006 11h49min
Procurador-geral do STJD, Paulo Schmitt, está convencido de que o tribunal deu um passo atrás no combate à violência no futebol ao reduzir a pena do Grêmio de oito para três jogos.
Para ele, os quatro auditores que votaram por três jogos e multa de R$ 50 mil foram induzidos ao erro pela defesa do clube.
Schmitt diz ter conferido os borderôs dos jogos do Grêmio no Olímpico e concluído que a renda líquida média é de R$ 143 mil.
– Multiplicado por oito, esse valor chega a R$ 1, 14 milhão. Somado com a multa anterior (R$ 200 mil), o prejuízo total do clube pela perda de mando seria de R$ 1,34 milhão. A defesa alegou que o prejuízo seria de R$ 4,5 milhões e levou os auditores a pedir apenas três jogos. Não consigo entender essa matemática – afirmou o procurador.
Caso um novo julgamento seja realizado, Schmitt pretende expor o que considera os números reais do prejuízo do Grêmio, obtendo, dessa forma, a elevação da
pena. Na sua opinião, se os tribunais forem considerar
aspectos econômicos, acabam não punindo ninguém.
– O Grêmio tem a seu favor o atenuante de não ser reincidente nos últimos 12 meses. Mas os agravantes são muitos. Houve incêndio, chuva de pedras, paralisação do jogo por duas vezes, violência gratuita do torcedor e repercussão internacional do caso. Três jogos é um prêmio, não uma pena – afirmou.
Schmitt finalizou pedindo que os torcedores gremistas não o queiram mal.
– Peço que os torcedores não me queiram mal, amanhã poderei estar defendendo o clube deles. A responsabilização dos clube por atos de violência de suas torcidas é obrigação da justiça desportiva – sustentou o procurador.
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