| 28/08/2006 22h34min
O programa de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que será apresentado nesta terça em São Paulo, apontará a redução da taxa de juros como instrumento para controle do déficit fiscal em substituição ao corte de gastos. A informação é do coordenador da equipe que elaborou o programa, Marco Aurélio Garcia. Nesta tarde, a direção do PT negou que o programa fosse sugerir a redução do superávit primário, como havia dito o presidente nacional do PSB, Roberto Amaral.
De acordo com Marco Aurélio, os três eixos centrais do documento serão crescimento econômico, distribuição de renda e educação. Ao contrário de 2002, quando o PT citou a necessidade de criar 10 milhões de empregos em quatro anos, o texto de aproximadamente 40 páginas não terá números. O programa fala de redução de juros também. É uma coisa que vem ocorrendo e nós estamos absolutamente convencidos de que é fundamental para resolver um conjunto de problemas – afirmou Marco Aurélio, que condicionou a essa queda um crescimento anual do Produto Interno Bruto superior a 4% ou 5%. O documento será dividido em três partes. Na primeira, traz um balanço do governo apontando dificuldades e realizações. A segunda enumera compromissos genéricos com crescimento econômico, distribuição de renda, redução da vulnerabilidade externa, política externa, educação, saúde e segurança pública. O terceiro capítulo elenca pontualmente as ações a serem realizadas para cumprir os compromissos. Atenção especial será dada às questões da infraestrutura física e energética como meios de conseguir o crescimento econômico. A sugestão de não citar números surgiu de um debate interno da equipe. – Não queremos transformar números numa obsessão, como tem sido em alguns tipos de debate. Para evitar confusão, resolvemos não trabalhar com qualquer tipo de quantificação. Ainda que intramuros nós tenhamos algumas convicções sobre o que o Brasil precisa – disse. De acordo com ele, existe consenso sobre a necessidade de um crescimento econômico maior do que o que foi obtido nos últimos quatro anos. – Existe um consenso mais ou menos geral de que o Brasil deverá ter um crescimento maior do que aquele que temos tido até agora. O programa menciona que vai continuar o processo de redução da taxa de juros e que nós queremos lograr um crescimento maior do que os que nós tivemos. Segundo Marco Aurélio, o documento deve incluir medidas para a reforma do Estado. Perguntado sobre a possibilidade de o texto conter mudanças radicais ou inflexões na política econômica, Marco Aurélio foi taxativo: – Não tem nada disso. Estamos dizendo que a redução dos juros vai se manter e oxalá acelerar. Se tivesse sido um governo financista, monetarista, não teríamos criado o Bolsa Família e outros programas. Teríamos simplesmente dado uma paulada no país – afirmou. AGÊNCIA O GLOBOGrupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2009 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.