| 30/08/2006 15h03min
O governo ainda não definiu uma data para edição da Medida Provisória (MP) que vai desonerar a indústria de semicondutores. A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse nesta quarta que a MP pode sair nos próximos dias, mas não descartou uma demora maior. Segundo ela, o governo não está preocupado se a MP será editada antes ou depois das eleições.
– É difícil fixar um prazo. Estamos em vias de fazer (a desoneração). Pode levar mais 15 dias. Mas não estamos preocupados com antes ou depois das eleições – afirmou.
Dilma Rousseff disse que a indústria de semicondutores, que teria sido liquidada nos anos 90, é estratética para o país, principalmente com a entrada da TV digital.
– O governo está em fase final de avaliação de um pesado incentivo para a indústria de semicondutores – afirmou.
A ministra também afirmou hoje que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu o país com uma situação macroeconômica caótica e passou o primeiro ano fazendo as reformas necessárias ao país. Segundo ela, primeiro foi preciso fazer um grande esforço na área tributária, concentrando-se na reforma da Previdência, antes de começar a fazer desonerações como na construção civil. A ministra, no entanto, disse que as críticas não eram dirigidas ao PSDB e ao PFL, mas sim, ao quadro econômico encontrado.
De acordo com ela, quando Lula assumiu o governo havia um risco-país explosivo, inflação alta e problemas na área de energia. Dilma, que assumiu o Ministério de Minas e Energia com a posse de Lula, disse que as empresas do setor energético estavam endividadas e que o mercado atacadista de energia não funcionava.
– Nós assumimos o governo em 2003 em um situação precária. Então, ao constatar esta realidade não estamos fazendo crítica nenhuma. Estamos simplesmente relatando as condições nas quais o governo assumiu. Qualquer governante que assumisse em 2003 enfrentaria uma situação do ponto de vista da macroeconômica caótica e do ponto de vista da microeconômica, um problema sério – disse a ministra, ao ser perguntada sobre as críticas do programa de governo para um eventual segundo mandato de Lula, lançado ontem.
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