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Ex-presidente afirma que só a violência destitui Chávez do poder

O presidente da Venezuela só sai do governo com golpe de Estado. Pelo menos é no que acredita o ex-governante do país, Carlos Andrés Peréz. Em declaração divulgada na manhã deste sábado, 10 de agosto, Peréz afirmou ser a violência a única medida capaz de acabar com o atual regime de esquerda:

– Eu não sou partidário de ações violentas, mas estou convencido de que Chávez só vai sair pela violência. E é isso o que está sendo preparado neste momento – revelou ao jornal espanhol El País. E, prevendo ações antigovernistas, Peréz ameaçou:

– Infelizmente vai haver um golpe e deve haver sangue.

Em abril último, 300 mil pessoas pediram a renúncia do presidente Hugo Chávez. Depois de insucessos faraônicos, o tenente-coronel viu sua popularidade despencar dos 90% para os 20%, em três anos de administração. Nas mãos de Chávez, a Venezuela perdeu receita com a desvalorização do petróleo – principal produto da economia – no mercado internacional, fato que colaborou para a desestabilização econômica do Estado venezuelano. As reservas internacionais foram queimadas, com o intuito de proteger o bolívar, a moeda nacional do país. Como conseqüência, acentuou-se a fuga de capital estrageiro, situação fruto da tensão política acarretada pela desvalorização em mais de 3% do bolívar.

Não bastassem os insucessos sócio-econômicos, a política venezuelana conheceria o inusitado. Era 13 de abril. Enquanto manchas de sangue e projéteis eram vistos pelas ruas de Caracas, Hugo Chávez, deixava o poder pelo golpe de Estado que consagraria o empresário Pedro Carmona, líder máximo.

Carmona teve tempo para não mais que dissolver o Congresso. Duas madrugadas depois de tomar o poder, o opositor máximo de Chávez assistia ao adversário retomar o poder. Chávez se anunciava de punho erguido por uma das janelas do Palácio Miraflores, depois de perceber uma oposição sem respaldo e possibilidade de consolidação. Cerca de 200 mil pessoas assistiram à cena.

Em 1992, Hugo Chávez conspirou contra o governo do então presidente Carlos Andrés Peréz, tentando derrubá-lo do Palácio Miraflores por meio de um golpe militar. Peréz – presidente entre 1974 e 1979 e depois novamente de 1989 a 1993 – disse estar triste por ter que fazer as declarações pelo fato de ter lutado para distanciar os militares do poder.

Com informações da agência Reuters.

 
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