O presidente Fernando Henrique Cardoso confirmou na noite desta segunda, 12 de agosto, em nota divulgada no Palácio do Planalto, que está convidando os quatro principais candidatos à Presidência para encontros individuais a fim de discutir o novo acordo de US$ 30 bilhões fechado com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o processo de transição de governo. Os encontros serão ainda neste mês.

Fernando Henrique sofreu pressão da campanha do tucano José Serra para evitar esse tipo de encontro, mas a alta do dólar e a sensação do mercado de que o candidato governista tem pouca chance de ir ao segundo turno fizeram com o que emissários do Palácio do Planalto fizessem os primeiros contatos no fim de semana. A preocupação na equipe de Serra é de que uma imagem de FH com Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, e Ciro Gomes, PPS, poderia passar a impressão de que o tucano já é considerado derrotado na disputa eleitoral pelo próprio presidente. Inicialmente, a proposta considerava que o encontro deveria ocorrer após o segundo turno das eleições.

Ciro Gomes já foi procurado por emissários do governo e aceitou o convite de FH. A expectativa é de que os demais candidatos não ofereçam resistência ao encontro. A data em que FH se reunirá com os candidatos e o formato da reunião ainda não estão definidos.

O presidente do PPS, Roberto Freire, comentou que o convite não causa qualquer problema à Frente Trabalhista.

– Trata-se de uma conversa com o presidente, e Ciro foi o único que disse claramente que não pretende manter o acordo com o FMI se o interesse público indicar o contrário " disse Freire.

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