O técnico Muricy Ramalho admitiu que o São Paulo pecou pela falta de competência no clássico contra o Corinthians. Mesmo com o  adversário com dois jogadores a menos no primeiro tempo, a equipe do Morumbi ficou presa na barreira defensiva feita pelo rival do Parque São Jorge. Para o treinador tricolor, a equipe sofre com uma clara queda de rendimento nas últimas partidas. O motivo: a pressão.

– É uma pressão imposta por nós mesmos. Fica difícil explicar. Contra o Boca, até brigamos. Hoje sentimos demais. Faltou um pouco mais de tranqüilidade. Sentimos quando o adversário ficou com dois a menos. Tivemos poucas oportunidades. Um time com essa superioridade não pode criar tão pouco – analisou Muricy.

O discurso no Tricolor depois da partida foi uniforme em um sentido: a equipe poderia jogar por mais duas horas neste domingo que não faria sequer um gol no Corinthians. Segundo Muricy Ramalho, as características dos atletas do time do Morumbi também prejudicaram no momento de enfrentar um adversário que só se defendia.

– Não temos um driblador no elenco e isso fez falta. Nosso time joga muito reto, em função do esquema tático – observou.

Devido ao futebol ruim no clássico, o comandante são-paulino já foi questionado sobre possíveis cobranças por parte da diretoria. Antes do jogo, entretanto, o diretor de futebol João Paulo de Jesus Lopes desconversou sobre qualquer intenção de troca na comissão técnica e ainda disse que Muricy Ramalho está “mais firme que o Pão de Açúcar”.

– Eu tenho 50 anos e podem me pressionar o quanto quiser. Faço as coisas com convicção – defendeu-se o treinador, que, porém, confessou o peso das cobranças sobre os atletas. – Jogador pode se sentir pressionado. Temos que nos juntar, comissão técnica e diretoria, para levantar o moral deles – completou.

Mesmo com a queda de rendimento, o São Paulo promete manter o trabalho forte nos próximos dias para a disputa do título da Recopa contra o Boca Juniors, quinta, no Morumbi, e a defesa da liderança do Brasileiro no final de semana diante do poderoso Internacional.

– Não adianta desesperar e falar desse ou daquele. Agora é trabalhar. Não podemos ficar abatidos – afirmou Muricy.

GAZETA PRESS