| 12/09/2006 16h03min
O senador Ney Suassuna (PMDB-PB) negou envolvimento no esquema de compra superfaturada de ambulâncias com recursos do Orçamento em depoimento ao Conselho de Ética do Senado. O parlamentar se defendeu, desabafou e disse que renunciará se surgirem provas contra ele.
– Renuncio ao meu mandato e retiro minha candidatura se tiver outras provas. Sou inocente. Não se achincalha a história de uma pessoa por causa da palavra de um marginal – disse em referência ao sócio da Planam, Luiz Antônio Vedoin.
Vedoin disse à CPI dos Sanguessugas que repassou R$ 222,5 mil a Marcelo Carvalho, ex-assessor de Suassuna, como propina para emendas de compra de ambulâncias com recursos do Orçamento Geral da União.
O senador disse que não teve contato com nenhum membro da família Vedoin ou com a ex-assessora do Ministério da Saúde Maria José da Penha Lino. De acordo com Suassuna, Vedoin dizia, em alguns momentos, “achar” que Suassuna sabia dos atos de Marcelo, e em outras horas não.
Ele informou aos senadores que, em dois anos, conseguiu o empenho de 29 ambulâncias. Destas, segundo ele, 14 foram compradas da Planam sendo que 11 foram enviadas a municípios adversários. Cada emenda seria de R$80 mil. O senador disse que o valor daria para comprar o carro da ambulância e alguns equipamentos.
– Não dava para superfaturar – afirmou.
Na saída, Suassuna disse que não tem nada a declarar à imprensa.
– Nada a declarar, nada a declarar; já falei tudo o que sei na reunião – disse, ao deixar o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, onde depôs por mais de três horas e meia.
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