| 16/09/2006 15h37min
O número dois do regime norte-coreano, Kim Yong Nam, afirmou hoje que a Coréia do Norte não voltará jamais às negociações multilaterais sobre seu armamento nuclear, até que os Estados Unidos suspendam suas sanções a Pyongyang.
– Não existe nenhuma justificação para pedir à República Popular Democrática da Coréia que volte às conversações incondicionalmente. Nosso país jamais tornará a negociar sob sanções dos EUA – afirmou o presidente da Assembléia Suprema Popular norte-coreana.
Kim Yong pronunciou estas palavras na assembléia plenária da última jornada da 14ª Cúpula do Movimento de Países Não-Alinhados (Noal) em Havana.
As conversas de seis lados que a Coréia do Norte mantém com EUA, Coréia do Sul, Japão, China e Rússia estão bloqueadas por Pyongyang desde novembro, em protesto contra as sanções financeiras impostas por Washington em outubro de 2005. Esta semana, houve rumores de que os EUA estão preparados para impor à Coréia do Norte novas sanções sobre transferência de material e tecnologia suscetível de ser empregada na fabricação de mísseis.
Os EUA consideram que não houve nenhum avanço no diálogo com a Coréia do Norte e que este país não tem vontade de retornar à mesa de negociações sobre seus programas de armas nucleares e mísseis balísticos. Segundo estimativas americanas, a Coréia do Norte dispõe de duas ou três armas nucleares, conta com 20 instalações nucleares e armazena entre 2,5 mil e 5 mil toneladas de armas químicas, e 10 tipos diferentes de bacteriológicas. Além disso, conta com 600 mísseis Scud de 300 quilômetros de alcance e 100 Rodong-1 de 1,3 mil quilômetros, que poderiam transportar ogivas nucleares.
Também se considera que a Coréia do Norte desenvolveu o míssil balístico Taepodong I, com um alcance de entre 2 mil e 2,5 mil quilômetros, e que estariam desenvolvendo o míssil intercontinental Taepodong II, de 6,7 mil quilômetros de alcance, capaz de chegar ao Alasca.
– Com os anos, a Coréia viu como sua segurança nacional corre risco, devido à chantagem dos ataques nucleares dos EUA. E nestas circunstâncias tão críticas, não lhe restou outra opção a não ser possuir armas nucleares como uma dissuasão autodefensiva – justificou Kim Yong.
– Como já se repetiu várias vezes, nosso país não necessita de nenhuma arma nuclear. E não a necessitaria, se não existisse esta ameaça dos EUA, com sua política hostil frente ao processo de construção da confiança entre ambas as partes – acrescentou.
O dirigente norte-coreano assinalou ainda que os problemas entre Pyongyang e Washington serão resolvidos apenas se os EUA respeitarem a soberania e direitos da Coréia do Norte, se mudarem sua política hostil e se eliminarem todas as armas nucleares na península coreana.
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