O presidente da Federação Alemã de Futebol (DFB), Theo Zwanziger, disse hoje que não há chances de cancelamento do amistoso entre a seleção do país e a Geórgia, marcado para 7 de outubro na cidade de Rostock, pelo comportamento racista de alguns torcedores.

– Pensei seriamente por alguns segundos, mas também pensei: a quem esta decisão afetaria? Afetaria muitos que não têm absolutamente nada a ver com a extrema direita – disse Zwanziger ao jornal Leipziger Volkszeitung.

A realização do jogo nesta cidade do leste da Alemanha começou a ser questionada após as ofensas racistas feitas recentemente contra o atacante ganês naturalizado alemão Gerald Asamoah, do Schalke 04, na partida contra sua equipe e o time B do Hansa Rostock, da liga regional. Asamoah, um dos poucos jogadores negros da seleção alemã, lamentou o comportamento de parte do público, que imitou um macaco para ofendê-lo.

A comissão de controle da DFB impôs ao clube uma multa de 20.000 euros pelo comportamento do público. Além disso, o próprio Hansa Rostock foi ao jogador para pedir desculpas. Zwanziger lembrou ainda que é responsabilidade dos clubes observar esses elementos e tomar medidas oportunas. Porém, ele acha que cancelar o jogo seria uma ofensa ao torcedor do leste da Alemanha.

– O leste faz parte do cenário do futebol. Foi assim antes, durante e depois da Alemanha Oriental. Renunciar a esse panorama seria prejudicar o futebol alemão como um todo – afirmou.

A extrema direita vem crescendo justamente nesta parte do país. Ontem, o Partido Nacional Democrático conseguiu cadeiras nas eleições regionais do estado de Mecklemburgo-Antepomerânia, onde fica Rostock.

No entanto, a questão do racismo no futebol não é exclusiva do leste do país. Em Aachen, no oeste alemão, o brasileiro Kahê - ex-Ponte Preta, foi alvo da torcida do Alemannia local na vitória da equipe sobre o Borussia Mönchengladbach por 4 a 2. O árbitro chegou a enviar uma mensagem pelos auto-falantes pedindo para que as hostilidades cessassem, ou ele pararia a partida.

AGÊNCIA EFE