| 19/09/2006 09h39min
Discreto, educado e sempre preocupado com o bem-estar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Assim é descrito Freud Godoy, o assessor especial da Presidência, acusado de ordenar a compra do dossiê contra José Serra, candidato do PSDB ao governo de São Paulo. Amigo de Lula há 17 anos, Godoy atuou como segurança oficial do presidente nas quatro campanhas presidenciais do PT.
O nome de Freud Godoy aparecia ontem numa lista de “Quem é quem'' do site da Presidência na Internet, como integrante da secretaria particular de Lula. Freud pediu afastamento ontem pela manhã ao chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho. Freud foi nomeado assessor em 12 de março de 2003 e ocupava um cargo DAS-5, com salário de cerca de R$ 6 mil. Oficialmente, era encarregado da segurança da primeira-dama, mas atuava também no comitê do PT e encaminhava documentos a ministérios. Ontem, em entrevista ao Jornal Hoje, da TV Globo, ao comentar a acusação de que teria negociado o pagamento do dossiê contra Serra, Freud afirmou: – O presidente me ligou, colocando a questão da quebra de confiança. A assessoria da Presidência confirmou o telefonema em que Lula pede explicações de Freud, sem revelar detalhes. A versão de Freud é sintética: – Ele (Lula) ficou realmente muito preocupado com isso, porque ele não estava entendendo. Fotografias do início dos anos 90 mostram o assessor ao lado de Lula, como segurança pessoal. Há também imagens de Freud caminhando com Lula já como presidente da República. Durante todo o dia, uma espécie de lei do silêncio informal pairou sobre o Planalto. A maioria das pessoas ouvidas por Zero Hora limitou-se a dizer que não tinha intimidade com Freud ou que não o conhecia. – Nunca vi ele aqui pelo quarto andar. Acredito que ele ficava mais com a primeira-dama Marisa Letícia – afirmou um assessor da Casa Civil. Entre os poucos que aceitaram falar, os comentários se resumiram a relatar a proximidade entre o assessor e Lula e sua discrição. – Cruzei com o Freud em alguns eventos no Palácio do Planalto. Ele é uma pessoa da confiança de Lula, com quem o presidente mantinha relações pessoais há bastante tempo – conta o gaúcho Selvino Heck, assessor da Presidência da República. Há informações de que Freud era um “resolvedor” de problemas, o que incluía levar a cadelinha de estimação do casal ao veterinário e negociar com manifestantes na porta da residência oficial. Era também quem recebia os convidados para festas e churrascos no Alvorada e na Granja do Torto, com carta branca para lidar com os funcionários. Zero Hora fez um levantamento de homens de confiança de Lula ou funcionários do governo que protagonizaram escândalos de corrupção. Confira nos links abaixo. FÁBIO SCHAFFNER/ZERO HORAGrupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2009 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.