| 21/09/2006 21h19min
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Marco Aurélio Mello, afirmou nesta quinta-feira que os últimos escândalos na política brasileira são muito piores que o caso Watergate, que resultou na renúncia do então presidente norte-americano Richard Nixon nos anos 60. O magistrado evitou polemizar sobre os ataques feitos pelo ministro Marco Aurélio Garcia, coordenador da campanha à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em uma entrevista à rádio CBN, Garcia considerou a comparação "exagerada" e com possível "conotação partidária".
– Referi-me que é muito pior a partir do contexto do somatório de notícias encerrando escândalos nos últimos anos. Sua excelência (Marco Aurélio Garcia) apontou vários enfoques e disse mesmo que não poderia acreditar que o que falei tivesse conotação partidária. O Judiciário não está engajado em qualquer política, a não ser na política institucional, de prevalência da ordem jurídica – afirmou o magistrado.
– Não me parece que caiba a qualquer dos poderes, muito menos o Judiciário, fazer análise de caráter qualitativo como essa – havia dito Garcia à emissora de rádio.
O presidente do TSE negou que o episódio tivesse deixado qualquer clima de mal entedido com Garcia. Afirmou que não vai procurar o coordenador da campanha petista para discutir o assunto. Mas deixaria as portas de seu gabinete abertas para recebê-lo.
– Ele hoje está capitaneando uma campanha eleitoral. É natural que defenda o candidato dessa campanha eleitoral. Não vislumbrei qualquer aspecto que pudesse implicar uma injúria ou uma agressividade maior tendo em conta o TSE e a minha própria pessoa – disse o presidente do TSE.
O magistrado ainda ressaltou que as acusações de que o PT estaria negociando um dossiê contra o candidato ao governo paulista, José Serra, poderia interferir no resultado das eleições de 1º de outubro.
– Pode repercurtir, sem dúvida alguma. Mas ainda é muito cedo para falarmos sobre as conseqüências desse processo. São fatos que, de início, deixam a todos perplexos. Mas precisamos esclarecer esses fatos. Nós precisamos buscar a verdade, o que realmente aconteceu, e o grau de envolvimento de cada um dos citados – ponderou.
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