Na última visita ao Rio Grande do Sul antes da eleição, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva seguirá um roteiro planejado para ignorar o escândalo do Dossiê Cuiabá. 

 

– Queremos alto-astral e energia positiva – espera o coordenador-geral da campanha Lula no Estado, Valdeci Oliveira.

Ao lado do vice-presidente José Alencar, o petista deve discursar a partir das 19h30min em comício organizado para mais de 10 mil pessoas no Largo Glênio Peres, em Porto Alegre. Antes, passa por Candiota e visita obra na Lomba do Pinheiro. Apesar de silenciar sobre os petistas que tentaram comprar material contra o candidato a governador de São Paulo José Serra (PSDB), Lula deve se dizer vítima de uma tentativa de golpe da oposição para levar a eleição ao segundo turno.

– O presidente mostrará que os ataques servem para aqueles que deixaram o país quebrado esconder o que não fizeram. Eles não investigaram a corrupção. Lula é o maior interessado na investigação profunda do dossiê, mas não há previsão de falar no caso – diz o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, que acompanhará a comitiva.

Secretário-geral licenciado do PT nacional, deputado Raul Pont não concorda com essa tática. Pont sugere que o presidente adote um discurso "ofensivo" e não "defensivo": 

– Não há razão para blindagens. Se fosse Lula, abordava o conteúdo do dossiê.

Em busca do terreno perdido para o rival Geraldo Alckmin (PSDB), o petista destacará novamente os investimentos feitos no Estado. 

– Lula irá reiterar o chamamento das pessoas. O presidente também quer ajudar muito o candidato a governador Olívio Dutra (PT) para que vá ao segundo turno – garante o coordenador-geral da campanha, Marco Aurélio Garcia.

Antes da atividade eleitoral, o petista irá a Candiota, onde começa a construção de uma nova usina termelétrica e também visitará as obras da fábrica do Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec), na Capital.

 

Hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu pela manhã a ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, e os ministros Luiz Dulci, da Secretaria-Geral, e Guilherme Cassel, do Desenvolvimento Agrário, no Palácio da Alvorada. No início da manhã, Lula concedeu entrevista às rádios Tupi SP, Tupi RJ e Capital SP.