| 25/09/2006 21h28min
A candidata da coligação P-Sol/PSTU/PCB à Presidência da República, senadora Heloísa Helena, manteve o tom enfático característico e, em entrevista à Rede Record na noite nesta segunda-feira, reafirmou que banqueiros e corruptos devem temer seu possível governo, que, se eleita, não haverá invasão de terras, que o conflito com a Bolívia é resultado da incompetência política e da irresponsabilidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e que o Banco Central, sob seu comando, não estaria a serviço de sabotadores.
Heloisa Helena afirmou não ter como analisar o fato de sua candidatura não ter crescido como alternativa ética à onda de escândalos que envolve o atual governo, e que fica feliz quando dizem que seus votos são "de protesto".
– Dizem, até com a intenção de menosprezar os nossos índices de intenção de votos, que os nossos eleitores fazem um voto de protesto. Eu fico feliz – disse.
Mas a candidata também fez questão de enfatizar que sua candidatura não é só de críticas, e que apresentou propostas concretas ao eleitorado.
– Nenhuma outra candidatura teve a oportunidade de apresentar propostas concretas e ágeis como a nossa, tão detalhadamente – afirmou, lembrando, contudo, a diferença de tempo na TV existente entre sua propaganda e a das candidaturas Alckmin e Lula, creditando a isso sua menor popularidade.
A senadora, que defende idéias nacionalistas, disse que o presidente Lula errou na condução do caso da nacionalização do gás pela Bolívia, com prejuízo para a Petrobras.
– Talvez o presidente Lula, muito acostumado a não cumprir promessas de campanha, achou que a Bolívia também não cumpriria. Se eu estivesse na Presidência, eu teria resolvido. Lula tinha a obrigação de ir lá, com o melhor da nossa missão diplomática, para negociar os bens e investimentos da Petrobras. A soberania da Bolívia não pode colidir com a soberania do Brasil – afirmou.
Heloísa Helena falou ainda de política econômica, defendendo a redução do lucro dos bancos, a reforma tributária, a queda da taxa de juros e um modelo de Banco Central independente.
– Meu Banco Central será independente... um modelo de Banco Central que não vai estar a serviço de sabotadores do mercado financeiro – afirmou.
Sobre as invasões de terras, garantiu que em seu governo isto não seria um problema.
– Não haverá ocupação de terra, e sim desapropriação de terras improdutivas de acordo com a Constituição.
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