| 26/09/2006 18h34min
No momento em que o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marcos Aurélio Mello, recebia o novo coordenador da campanha de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marco Aurélio Garcia, o presidente do PSDB, Tasso Jereissati, e o advogado José Eduardo Alckmin protocolavam uma representação no TSE pedindo a quebra do sigilo telefônico do presidente do PT, Ricardo Berzoini, do policial aposentado Gedimar Passos, do empresário Valdebran Padilha e de Freud Godoy, ex-assessor pessoal do presidente Lula.
José Eduardo Alckmin confirmou que o objetivo da ação é investigar a eventual ligação de Freud Godoy com as pessoas diretamente envolvidas no caso, e conseqüentemente, do presidente Lula com o episódio. Ele lembrou que, inicialmente, Gedimar Passos, uma das duas pessoas que estavam com o dinheiro que compraria o dossiê, citou o nome de Freud, mas depois voltou atrás.
Nesta quarta, a oposição vai entrar com outra representação no TSE pedindo a quebra do sigilo de Expedito Afonso Veloso. O objetivo é ver se há conexão com o Banco do Brasil, onde Expedito era diretor até o estouro da crise dos dossiês.
Tasso Jereissati disse que é importante tornar transparente o que estaria sendo escondido da população em geral. Segundo ele, pouco importa se isso acontece antes ou não da eleição. O tucano disse que a oposição quer desvendar, ver se há relação do Palácio do Planalto e de Lula no episódio, já que Freud Godoy era assessor pessoal do presidente.
– Sendo Freud assessor direto de Lula, da intimidade do presidente Lula, se ficar provado o envolvimento dele com essas pessoas, fica também provado o envolvimento do presidente e do Planalto na negociação do dossiê – disse Tasso.
Para Tasso Jereissati, é muito fácil identificar a origem do dinheiro que seria usado para comprar os dossiês. Ainda segundo ele, se a Polícia Federal não disser de onde veio o dinheiro antes da eleição, ficará sempre a impressão de que agiu eleitoralmente.
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