| 26/09/2006 21h21min
O candidato tucano à Presidência da República, Geraldo Alckmin, foi o entrevistado desta terça-feira no Jornal da Record. No último bloco do programa, Alckmin emitiu sua opinião sobre alguns nomes de políticos nacionais e internacionais. Sobre Hugo Chávez, presidente da Venezuela, disse apenas que "é amigo do Lula". Sobre o boliviano Evo Morales, foi mais duro.
– Esse manda no Lula. Lula é submisso a ele, condição dúbia, submissa. Estão esperando a eleição para aumentar o preço do gás... – disse.
Durante a entrevista, Alckmin manteve o discurso anti-corrupção, ligando cada uma de suas respostas a exemplos, críticas e cobranças ao governo do PT e à forma como estão sendo conduzidas as apurações dos vários escândalos.
Logo na primeira pergunta - sobre os vestidos de grife doados à primeira dama - disse que "querem misturar isso com crime, para dizer que é igual". Ele afirmou que o caso não trouxe nenhum prejuízo ao estado e que todo o material foi leiloado e a renda doada.
– E isto aconteceu muito antes de os fatos serem divulgados. Prejuízo para o estado: zero. Temos que investigar é a corrupção do governo Lula – garantiu.
Alckmin repetiu afirmações feitas mais cedo, quando reclamou que a investigação sobre a tentativa de compra do dossiê por pessoas ligadas ao PT não pode acompanhar o calendário eleitoral, lembrando o caseiro Francenildo Costa, que teve seu sigilo bancário violado no caso que envolveu o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci.
– Já se passaram 12 dias e não houve quebra de sigilo bancário, telefônico ou fiscal de nenhum dos envolvidos. O povo tem o direito de saber antes de domingo a verdade – protestou.
O tucano defendeu ainda seu partido das acusações sobre fraudes nas privatizações das empresas de telecomunicações e de envolvimento de Eduardo Azeredo em episódios de corrupção.
– Aponte o que há de errado? Se há uma privatização bem sucedida foi a da telefonia – afirmou, dizendo também ser favorável à ampla investigação no caso no episódio envolvendo as denúncias de caixa dois do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), em 2005.
Alckmin também repetiu as críticas feitas à pesquisa CNT/Sensus divulgada nesta terça-feira, em que o candidato do PT, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aparece vencendo as eleições no primeiro turno. Lula aparece com 51,1% das intenções de voto, contra 27,5% do tucano Geraldo Alckmin, que cresceu quase oito pontos em relação à pesquisa anterior, divulgada há um mês.
– É uma irresponsabilidade divulgar estes números, porque não está compatível com nada. O que vale é a curva, não os números. A pesquisa publicada hoje já é velha porque retrata ontem – disse.
O candidato negou que, quando governador de São Paulo, tenha negociado com facções criminosas, e listou novamente suas obras e realizações na área de segurança.
– Eu viajei os 27 Estados. Não tem uma grande cidade que não tenha problema de segurança. Os índices de criminalidade despencaram em São Paulo.
No bloco sobre economia, Alckmin corrigiu a entrevistadora, que disse o candidato havia prometido reduzir os impostos.
- Eu vou reduzir, não prometo que vou - exemplificando com os números de São Paulo.
Prometendo manter e ampliar o Bolsa Família, Alckmin criticou a medida tomada pelo governo Lula que, ao unificar os cadastros dos programas sociais existentes, suspendeu temporariamente a exigência da freqüência escolar.
– Aumentou a evasão e o trabalho infantil – apontou.
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