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O governo – que nessa terça, dia 20, divulgou as regras de concessão de US$ 2 bilhões pelo Banco Central (BC) em financiamento a exportações – inicia segunda-feira um esforço para convencer os bancos internacionais a reabrirem os cofres ao país. O esforço para carrear mais dólares será acompanhado de perto pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
O ministro da Fazenda, Pedro Malan, e o presidente do Banco Central (BC), Armínio Fraga, falarão com representantes de bancos norte-americanos, europeus e asiáticos em reunião na sede de Nova York do Federal Reserve (Fed), o BC norte-americano. O porta-voz do FMI, Thomas Dawson, disse que o Fundo deve enviar um representante à reunião para dar informações e monitorar o progresso das negociações.
Fraga disse ontem que os encontros têm por objetivo não só reabrir linhas internacionais de crédito a exportadores brasileiros, mas também obter mensagem de apoio mais amplo à economia do país.
– Estou confiante de que estaremos dando mais um passo para contornar o problema de falta de liquidez – afirmou. – O importante é assegurar o volume de negócios geral. Nossa idéia vai além da coisa das linhas (crédito a exportações).
O ponto central da reunião será uma exposição sobre a situação da economia brasileira. Fraga falará da melhora na balança comercial e da redução do déficit nas contas externas. Ele dirá ainda que há consenso entre os candidatos presidenciais em torno de pontos econômicos considerados fundamentais, como a estabilidade da moeda, responsabilidade fiscal e respeito a contratos. Segundo o jornal norte-americano Washington Post, integrantes do governo dos EUA procuram se manter distantes das negociações.
– Não estamos envolvidos nisso – disse Michele Davis, porta-voz do Tesouro norte-americano. – Negociações entre credores e devedores ocorrem o tempo todo. Não há nada que exija nossa participação.
O jornal observou que há fortes interesses econômicos dos EUA em jogo, pois bancos como Citigroup, JP Morgan Chase e FleetBoston Financial têm exposição de bilhões de dólares na América Latina. Além disso, as exportações norte-americanas para o Brasil dependem da capacidade das empresas brasileiras de obter empréstimos para financiar suas compras. A reação do mercado financeiro à fala de Fraga foi moderada.
O dólar, que caiu durante a manhã e subiu à tarde, quando os negócios praticamente pararam à espera da entrevista sobre o crédito do BC à exportação, terminou o dia com discreta queda de 0,16%, cotado a R$ 3,10. O BC estuda recomprar títulos da dívida externa brasileira em valor superior aos US$ 3 bilhões inicialmente anunciados, disse Fraga. O objetivo é recuperar o preço desses papéis, que têm se desvalorizado no mercado internacional, com a desconfiança dos investidores.
As linhas de crédito à exportação abertas pelo BC foram detalhadas à tarde pelos diretores de política monetária, Luiz Fernando Figueiredo, e da área externa, Beny Parnes. Numa primeira etapa, serão liberados US$ 2 bilhões a bancos privados, em sucessivos leilões de montantes não estipulados, a partir desta sexta-feira. Os bancos repassarão o dinheiro às exportadoras .
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