Um importante diplomata iraquiano feito refém na Embaixada do Iraque na Alemanha declarou na quarta-feira que os invasores eram "mercenários terroristas'', contratados talvez por Israel ou pelos EUA. Integrantes dos serviços secretos alemães disseram nunca ter ouvido falar do grupo "Oposição Democrática Iraquiana da Alemanha,'' supostamente responsável pela ação. Outros grupos oposicionistas iraquianos distanciaram-se dos sequestradores.

A ação de seis horas terminou na noite de terça-feira, dia 20, sem derramamento de sangue, após policiais alemães mascarados terem invadido a embaixada iraquiana. Cinco sequestradores contrários ao governo do presidente do Iraque, Saddam Hussein, foram detidos, e dois reféns, libertados ilesos. O principal diplomata iraquiano na Alemanha, Shamil Mohammed, contou que os sequestradores amarraram os pés e mãos dele e de seu vice no escritório da embaixada e os ameaçaram de morte caso se mexessem.

– Eles eram mercenários pagos por outras pessoas – declarou Mohammed. – Eles estavam sempre falando com outras pessoas em seus telefones celulares. Parece que recebiam ordens de fora, talvez de Washington (EUA), de Tel Aviv (Israel), de Londres (Grã-Bretanha) ou talvez do gabinete de Rumsfeld (Donald Rumsfeld, secretário de Defesa norte-americano).

O governo dos EUA negou ter contatos com o grupo, cuja ação, segundo declarou, minava os "esforços legítimos'' para derrubar Saddam. Os cinco dissidentes iraquianos invadiram a embaixada nessa terça, fazendo reféns Mohammad e outras três pessoas. Duas foram libertadas antes de os homens terem se abrigado atrás de barricadas dentro da embaixada. Os sequestradores disseram em um comunicado que a invasão era "um primeiro passo na libertação de nossa pátria amada.'' As informações são da agência Reuters.