O Grêmio poderá retardar a venda de Lucas para o futebol europeu. Nesta quinta, após confirmar que concorreria à reeleição à presidência do Tricolor, Paulo Odone anunciou que o clube está revendo os valores fixados inicialmente para a venda do volante. Odone será aclamado presidente dia 9 de outubro, pois a oposição não lançará candidato.

O Atlético de Madrid, que já confirmou oficialmente o interesse pelo jogador, terá que desembolsar mais do que os 8 milhões de euros (R$ 24 milhões) iniciais. A convocação de Lucas para a Seleção Brasileira e a conseqüente visibilidade caso participe de alguns dos dois amistosos programados, elevarão o seu preço. Lucas estará com a Seleção nos amistosos contra o Kuwait, dia 7, e contra o Equador, na Suíça, dia 10. O técnico Dunga já revelou disposição de observar o volante para a seleção pré-olímpica.

Outro objetivo do Grêmio é garantir um percentual em caso de futura negociação do jogador para outro clube europeu. Diferentemente de Real Madrid e Barcelona, o Atlético de Madrid é considerado um clube repassador de jogadores.

Foi essa a estratégia adotada na venda de Anderson para o Porto. Em junho do ano passado, o Grêmio negociou 70% dos direitos federativos por 5 milhões de euros. Este ano, além de receber mais 3 milhões de euros pelos restantes 30%, o clube ainda recebeu 50% dos direitos federativos do meia Leo Lima.

Razões técnicas também pesam na decisão de repensar a saída de Lucas neste momento. Próximo de confirmar sua vaga na Libertadores, o Grêmio teme que a equipe entre fragilizada na competição. Odone adota um discurso pragmático para a possibilidade de perder o jogador diante do assédio europeu.

– Tentaremos repor do jeito que der. É da vida, os clubes brasileiros precisam fazer caixa – conforma-se.

A situação financeira do Grêmio, embora controlada, é desafiadora. O clube paga mensalmente três folhas salariais: a dos jogadores, a dos funcionários e uma terceira para quitar reclamatórias trabalhistas e ações cíveis.

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