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 | 03/10/2006 19h06min

PMDB é a noiva no altar no segundo turno

Partido virou alvo de cobiça entre PT e PSDB

O PMDB virou alvo de cobiça entre PT e PSDB em busca de apoio para o segundo turno da eleição presidencial. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o tucano Geraldo Alckmin sabem muito bem disso. Quem conquistar o maior número de aliados entre os peemedebistas passa não só a ser o favorito para vencer a disputa como também garante a governabilidade no próximo mandato.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), já tratou de valorizar o passe. Ao chegar ao Congresso na manhã desta terça, disse que seu partido obteve o melhor resultado de todos os tempos na eleição de domingo. Segundo Renan, o crescimento mostra que o PMDB acertou ao não lançar um candidato próprio a presidente da República.

– Esse foi o melhor resultado do PMDB em todos os tempos. O partido elegeu quatro governadores no primeiro turno, está disputando o segundo turno em seis Estados e ainda participa de seis coligações vitoriosas no primeiro turno. Além disso, o partido elegeu a maior bancada na Câmara e no Senado – disse Renan, que sempre foi um aliado de primeira hora de Lula.

Tradicionalmente, porém, o PMDB é um partido dividido. No Rio de Janeiro, por exemplo, Sérgio Cabral, que disputa o segundo turno com Denise Frossard (PPS), anunciou que vai subir no palanque com Lula. Já a governadora Rosinha e seu marido, Anthony Garotinho, devem declarar apoio a Alckmin. O presidente nacional do PMDB, Michel Temer, e o deputado federal Moreira Franco, que atuou como coordenador de campanha do tucano no Rio, também estão neste grupo.

No Paraná, outro peemedebista que está no segundo turno demonstra cautela. Ao contrário de 2002, quando subiu no palanque junto com Lula, desta vez o governador Roberto Requião, que tenta a reeleição, busca "descolar" sua imagem da do petista.

– A situação é nova, as variáveis mudam e vamos examinar isso – disse Requião, referindo-se ao candidato do partido que concorreu ao governo, Flávio Arns (PT), que já se declarou neutro para o segundo turno.

Na primeira aparição desde as eleições de domingo, Requião brincou com os jornalistas, alegando o mesmo motivo de Lula para não ter vencido no primeiro turno.

– Como disse o presidente Lula, faltou voto para ganhar no primeiro turno – ironizou.

Em Santa Catarina, Alckmin já tem o apoio formal do governador Luiz Henrique, outro que disputa a reeleição. Mas no Rio Grande do Sul há uma indefinição quanto ao apoio do governador Germano Rigotto, que ficou fora do segundo turno, que terá Yeda Crusius (PSDB) e Olívio Dutra (PT). A executiva estadual do PMDB decidiu, ainda não oficialmente, apoiar a tucana, mas Rigotto deve permanecer neutro na disputa.

– O apoio do PMDB à candidatura Alckmin será natural no Rio Grande do Sul. Quando tentou disputar a Presidência da República, Rigotto foi um dos maiores críticos de Lula – lembra o senador tucano Leonel Pavan (PSDB), vice-candidato na chapa de Luiz Henrique.

Em Goiás, o PMDB reafirmou o apoio a Lula, em reunião no Palácio do Planalto. Estiveram reunidos com o presidente, o prefeito de Goiânia, Íris Rezende, e o senador Maguito Vilela, que disputa o segundo turno com o governador Alcides Rodrigues (PP). Íris disse que o presidente pretende convocar lideranças nacionais aliadas para formar uma comissão que de “fôlego” para o segundo turno.

– Ele quer lideranças nacionais para intensificar e sacudir a campanha – disse o prefeito.

Maguito Vilela afirmou que o melhor caminho para o PMDB é Lula:

– O PMDB de Goiás está 100% unido sobre a liderança de Lula e 100% do PMDB vai nos apoiar.

AGÊNCIA O GLOBO
 
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