| 05/10/2006 08h57min
Já era madrugada de quinta quando o técnico Hélio dos Anjos apareceu na sala de imprensa do Estádio Anacleto Campanella, para falar sobre a derrota de quarta do São Caetano para o Goiás por 2 a 1. Apesar de aumentar as especulações sobre sua demissão com a demora, ele desmentiu que estava sendo cobrado pela diretoria do Azulão.
Enquanto Hélio dos Anjos não chegava, os jogadores do São Caetano demonstravam incerteza sobre seu futuro.
– Ele não passou nada para gente – resumiu Gustavo.
– Não estou sabendo se aconteceu alguma coisa. Só que amanhã temos treino – afirmou Anderson Lima.
O presidente do São Caetano, Nairo Ferreira de Souza, garantiu que o técnico estava mantido no cargo, pelo menos por enquanto. A assessoria de imprensa do clube confirmou a informação e, enfim, o próprio Hélio dos Anjos apareceu para acabar com os boatos.
– Desculpem pelo atraso, gente – anunciou, antes de negar que tenha se reunido com os dirigentes.
– Não conversei com a diretoria. Só estava na minha sala, respirando. Depois de uma derrota como essa, você acaba ficando um pouco mais nervoso e precisa de mais tempo para respirar – justificou.
– A única vez que o presidente e o vice vieram até mim foi no intervalo. E conversamos sobre o jogo – complementou.
Segundo Triguinho, o técnico aconselhou que seus comandados também respirassem após o tropeço desta quarta-feira.
– Ele só pediu para todo mundo ficar com a cabeça no lugar porque não adianta ficar discutindo agora, que estamos nervosos – contou o jogador.
Se ainda não enfrentou cobranças do presidente, Hélio dos Anjos viu a revolta da pequena torcida do São Caetano com vitória do Goiás. Como Paulo César Gusmão, ele não tem nenhuma vitória dirigindo o clube do ABC.
– É normal, em se tratando de Brasil, um treinador perder cinco jogos. Mas isso acarreta em transtornos. As cobranças internas são fortes – reconheceu.
Nesta semana, o técnico Antônio Lopes, demitido recentemente pelo Fluminense, chegou a declarar que foi sondado para comandar o São Caetano, o que a diretoria do Azulão negou categoricamente. Só neste ano, Nelsinho Baptista, Dino Camargo, Emerson Leão e PC Gusmão já passaram pelo cargo. E, dada a situação da equipe, não seria surpressa se Hélio dos Anjos também saísse.
– Quem sente mais? Eu sinto, mas imagino como está a diretoria e a torcida, que estão nessa luta desde o início do ano – contestou o técnico, que, embora tenha respirado bastante, ainda dava mostras de nervosismo. Trocou os nomes de Triguinho e Dinélson por Tigrinho e Edinélson, por exemplo.
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