| 10/10/2006 17h16min
As equipes da Polícia Federal de Cuiabá e Brasília responsáveis pela investigação da tentativa de compra do dossiê contra políticos tucanos estão reunidas para trocar informações. O delegado da PF em Brasília Luiz Flavio Zampronha viajou à Cuiabá levando novas informações conseguidas pela quebra de sigilo bancário dos suspeitos de envolvimento. O delegado-chefe da investigação é Diógenes Curado Filho, que esteve reunido com membros da CPI dos Sanguessugas ontem.
A polícia não divulgou ainda o conteúdo do material que motivou a reunião. E trabalha ainda para chegar à origem do dinheiro, R$ 1,7 milhão (R$ 1,168 milhão e US$ 248 mil), que seria usado para a compra. A investigação está concentrada no levantamento de corretoras de valores, clientes de câmbio e agências de turismo que possam ter intermediado o caminho feito pelos dólares apreendidos. A PF já sabe os dólares saíram do Banco Central dos Estados Unidos e vieram para o banco Sofisa, em São Paulo. Tem conhecimento também que R$ 1,1 milhão saiu dos bancos Bradesco, Safra e de Boston.
Ontem, a polícia informou que quer fazer o cruzamento de 500 ligações telefônicas. O rumo das investigações foi criticado no Congresso Nacional.
– A PF está usando táticas que não te estimula muito a imaginar que haverá uma saída a curto prazo. Uma delas é cruzar 500 número telefônicos – disse o sub-relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas, deputado Fernando Gabeira (PV-RJ).
Para o sub-relator da CPMI deputado Paulo Rubem Santiago (PT-PE), insistir na origem do dinheiro não vai trazer o resultado esperado.
– Jamais se identificará a fonte de parte desses recursos porque são fracionados. Podem ter vindo do comércio, de casas lotéricas ou do jogo do bicho – acrescentou.
Segundo ele, “foram juntando aos pouquinhos de várias partes”.
Os deputados se reuniram, nesta segunda-feira, com o delegado Diógenes Curado e,
posteriormente, com o juiz federal Jefferson Schneider. A Justiça vai
enviar à CPI cópia do inquérito e demais informações levantadas pela polícia. A expectativa é de que a Comissão receba o material ainda nesta semana.
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