| 26/08/2002 22h01min
Acusado de apoiar o grupo terrorista Pátria Basca e Liberdade (ETA), o partido basco espanhol Batasuna sofreu nesta segunda, 26 de agosto, dois sérios golpes: o juiz Baltasar Garzón, da Audiência Nacional, a maior instância penal da Espanha, determinou a suspensão das atividades do Batasuna por três anos, e o parlamento aprovou em sessão extraordinária o pedido de cassação do partido separatista.
A suspensão das atividades do Batasuna significa o fechamento de seus escritórios e comitês, como as "herriko tabernas" (populares), a proibição de realizar atos públicos, institucionais ou privados e de utilizar a sigla e o nome do Batasuna ou qualquer denominação que a substitua.
Os mandatos dos deputados regionais e dos conselheiros do partido não serão afetados pela determinação. Todos permanecerão nos cargos. A direção apelou aos militantes para que se concentrassem nos prédios onde funcionavam as sedes partido basco.
Na noite desta segunda, a polícia entrou na sede do Batasuna em Pamplona, no norte da Espanha, para fazer cumprir a ordem de Garzón. O partido nega qualquer ligação com o ETA, mas se recusa terminantemente a condenar ataques assumidos ou atribuídos ao grupo separatista, que já matou mais de 800 pessoas em seus 34 anos de luta pela criação de um Estado basco independente no norte da Espanha e no sudoeste da França.
As duas medidas contra o partido basco foram anunciadas em meio a uma crescente irritação dos espanhóis depois da recusa do partido em condenar um ataque com carro-bomba, que matou duas pessoas, incluindo uma menina de seis anos, no último dia 4.
O pedido de proscrição do Batasuna foi aprovado pelo 334 deputados presentes no plenário. A votação será submetida pelo governo ao Tribunal Supremo. A moção apresentada pelos dois principais partidos espanhóis, o Partido Popular (PP, direita, no poder) e o oposicionista Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE, esquerda), afirma que Batasuna age "contra os princípios democráticos" e apóia o ETA "com ânimo de favorecer, generalizar e multiplicar os efeitos da violência terrorista e do medo gerado por ela".
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