O governo só deverá deixar de intervir no mercado do GLP, o gás de cozinha, após as eleições de outubro, informou nesta segunda-feira o diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Sebastião do Rêgo Barros.

– É muito provável que isso aconteça, embora (a eleição) não seja uma determinante – afirmou o diretor a jornalistas durante o 17º Congresso Mundial de Petróleo, que está sendo realizado no Rio de Janeiro até a próxima quinta-feira, dia 5.

Norma recente da ANP determinou uma redução de aproximadamente 12 por cento no preço do gás de cozinha nas refinarias da Petrobras a partir do dia 19 de agosto, revertendo a política de liberalização do setor de combustíveis. Segundo Rêgo Barros, a idéia da ANP é aguardar o fim das turbulências na economia, provocada por razões políticas externas e internas, para suspender a intervenção .

– Com o fim de um período internacional com preços do petróleo subindo por influências e razões políticas, e o fim do ataque especulativo à economia brasileira, também influenciado por razões políticas, nós teremos uma volta à liberdade de preços – disse.

O diretor afirmou, ainda, que a agência continua trabalhando para que o preço do GLP caia para o consumidor.

– Não queremos indicar data ou preço, mas nós desejamos que o preço baixe ainda mais.

Também em conversa com jornalistas, o presidente da Petrobras, Francisco Gros, demonstrou certa insatisfação com a política de intervenção e reiterou que a estatal, que hoje tem na prática o monopólio sobre a distribuição de gás, é favorável à competição.

– Ou acreditamos em um mercado de competição livre, que implica a paridade com preços internacionais, ou voltamos ao monopólio. A Petrobras sobreviveu e prosperou 45 ou 46 anos no sistema de monopólio vigiado e ela certamente prosperará, ou sobreviverá, se o governo decidir reimplantar esse sistema (monopólio). O que não sobrevive é a competição...A Petrobras defende o mercado competitivo e defendemos o aumento da competição.

As informações são da agência Reuters.