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O Iraque disse na terça-feira, dia 3, estar pronto para trabalhar com as Nações Unidas em uma solução abrangente para a crise com os Estados Unidos, desde que a questão das armas seja uma preocupação genuína, não apenas um pretexto para o ataque norte-americano. Após encontro com o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, o vice-primeiro-ministro iraquiano, Tareq Aziz, repetiu em Johanesburgo seu convite para que políticos dos Estados Unidos visitem o Iraque, a fim de verificar a ausência de armas de destruição em massa, a principal acusação feita por Washington contra Bagdá.
– Deixe que eles demonstrem para nós e para o mundo que a preocupação deles é genuína e que eles não a estão usando como pretexto para atacar o Iraque. Se as preocupações são genuínas, podemos achar uma solução –disse Aziz.
A condição desse convite, extensivo às autoridades britânicas, é que os convidados "não mandem gente que se afunde ali durante anos sem chegar a uma conclusão, como fizeram [os inspetores da ONU] durante sete anos e meio.''
– Aí não vai funcionar – disse Aziz.
O convite para que políticos sem conhecimentos técnicos sobre armas façam a inspeção foi ridicularizada no Ocidente como uma manobra para evitar os monitores da ONU, que deixaram o Iraque em 1998, acusando o regime de Saddam Hussein de não colaborar com eles. As inspeções são um pré-requisito para a suspensão das sanções impostas pela ONU no começo da década passada. Para muitos países, elas também esvaziariam os motivos norte-americanos para derrubar Saddam, apontado pelo governo de George W. Bush como uma ameaça nuclear.
Aziz quer uma negociação que envolva a questão das armas, o regime de sanções, as ameaças norte-americanas e a ocupação do espaço aéreo no norte e no sul do Iraque por caças dos EUA e da Grã-Bretanha, iniciada em 1991.
– Como disse ao secretário-geral Annan, se alguém tem uma solução mágica para que todas essas questões sejam analisadas juntas, de maneira equitativa e razoável, estamos prontos para encontrar uma solução e cooperar com a ONU – disse Aziz.
Kofi Annan divulgou um comunicado dizendo que o encontro com Aziz foi parte das negociações pela volta dos inspetores. Os dois estão em Johanesburgo para participar da Rio+10. Aziz pediu "respeito à soberania e à integridade do Iraque'' e, repetindo comentários feitos na segunda-feira, disse que "se é para achar uma solução, é preciso ter uma para todas essas questões [embargo, restrições do espaço aéreo, etc], não só pegar alguns aspectos ou um determinado aspecto, enfatizá-lo e deixar todos os outros de lado.'' Ari Fleischer, porta-voz da Casa Branca, disse que o Iraque frequentemente muda sua posição sobre a volta dos inspetores e que as autoridades do país "não têm um histórico de credibilidade.'' As informações são da agência Reuters.
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