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 | 08/11/2006 15h35min

Marílson diz que Maratona de Nova York foi o ápice

Atleta chegou hoje ao Brasil e se emocionou ao falar sobre a prova

Lembrar da trajetória desde a saída da cidade-satélite de Ceilândia, na periferia de Brasília, até a conquista do título da Maratona de Nova York, no último domingo, levou o fundista Marílson Gomes dos Santos às lágrimas na manhã desta quarta, em São Paulo, quando finalmente retornou ao Brasil. Como se pensasse pela primeira vez no significado desta história, o bicampeão da Corrida Internacional de São Silvestre (2003 e 05) reconheceu que o feito do final de semana foi especial.

– Um menino que saiu de Ceilândia... nunca poderia imaginar – confessou.

A certeza de que poderia ocupar o topo do pódio chegou a 20km do final dos 42.195m de percurso.

– Quando comecei a abrir, senti uma confiança grande. Eu me senti muito bem e percebi que poderia ganhar – afirmou.

Nos últimos 10 metros para a linha de chegada, Marílson teve a impressão de assistir a um pequeno filme, que culminou com uma conquista inédita para qualquer corredor sul-americano.

– É uma prova de muito status e de repente eu, que não era cotado, consegui vencer. Foi o ápice da minha carreira – admitiu.

A vitória chegou com o tempo de 2h09min58, deixando para trás o recordista mundial da distância Paul Tergat e o atual campeão olímpico Stefano Baldini. Em um percurso difícil, marcado por muitas subidas e descidas que, segundo o técnico Adauto Domingues, vão minando as energias dos corredores, Marílson afirma ter corrido em ritmo "agradável". Perto dos 35km, o brasileiro começou a abrir distância.

– Como não veio ninguém, consegui me destacar – lembra.

Entrando no Central Park e sem ver os adversários por perto, o brasileiro diminuiu o ritmo para não sofrer no final.

– Aí, eles encostaram e comecei a correr mais forte até a linha de chegada –

Com as baixas temperaturas durante a prova, entre 4°C e 5°C, e com uma constituição física que se ressente muito mais com o frio – Marílson tem apenas 3,8% de gordura corporal –, a tática teve de ser perfeita para a prova.

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