O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está reunido no Palácio do Planalto com o presidente do PMDB, Michel Temer, e integrantes da Executiva do partido, para tratar do apoio do partido ao governo no próximo mandato. Participam do encontro também os deputados Moreira Franco, Henrique Eduardo Alves e Tadeu Filippelli, além do ex-governador de São Paulo Orestes Quércia. As conversas sobre o novo governo continuam depois da reunião com o PMDB: às 16h30min, o presidente recebe integrantes do PTB.

Temer deverá dizer a Lula que governo não terá adesão integral do PMDB. Na terça-feira, um grupo de seis senadores do partido formalizou a criação de um bloco independente. O grupo não pretende se alinhar ao governo, embora reconheça que esta é a posição da maioria do partido. A criação do bloco ocorreu numa churrascaria, em almoço que contou com os senadores Almeida Lima (SE), Garibaldi Alves (RN), Geraldo Mesquita (AC), Mão Santa (PI) e os eleitos Jarbas Vasconcelos (PE) e Joaquim Roriz (DF). A criação do bloco pode ser um duro revés para o governo Lula e pode ser um risco para a reeleição do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), como mostra Ilimar Franco em seu blog.

Os senadores chamaram o presidente do PMDB para informá-lo da decisão e sugeriram que dissesse ao presidente que ele não terá o apoio de todo o partido.

– Eles me comunicaram que não vão se alinhar ao governo, que compreendem que a maioria quer participar e que não pretendem atrapalhar a coalizão. Disseram que farão uma oposição responsável – disse Temer na terça-feira.

Nesta quinta-feira, o presidente deverá ter um encontro com um grupo de governadores aliados com o objetivo de difinir uma pauta de reformas para o próximo ano. A idéia do grupo é aproveitar o capital político acumulado por Lula no segundo turno das eleições presidenciais para pôr em discussão as reformas política, tributária e até mesmo a da Previdência, que não é consenso no núcleo do governo.

Está sendo analisada, inclusive, a possibilidade de ser feita uma carta desse grupo de governadores em defesa de pontos políticos e econômicos como desenvolvimento, crescimento e governabilidade.

AGÊNCIA O GLOBO