| 26/11/2006 16h55min
O PT aprovou neste domingo uma resolução que apóia o governo de coalizão proposto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e decidiu antecipar para julho de 2007 seu 3º Congresso Nacional. Os cerca de cem integrantes do Diretório Nacional do PT se reuniram neste sábado e hoje em um hotel de São Paulo para discutir as perspectivas do segundo mandato de Lula.
Os líderes do PT reunidos em São Paulo também decidiram antecipar para julho de 2007 o 3º Congresso Nacional do partido. Inicialmente, o evento estava previsto para o fim de 2007. O objetivo do congresso é discutir o rumo do PT, cuja credibilidade foi afetada pelos recentes escândalos de corrupção.
O Congresso Nacional do PT será realizado em Brasília de 6 a 8 de julho e abordará basicamente três assuntos: "o Brasil que queremos, o socialismo do PT e a concepção de partido e seu funcionamento", de acordo com a convocação aprovada.
– Os debates do 3º Congresso terão como propósito nos preparar para enfrentar os desafios do presente e do futuro, entre eles a responsabilidade de governar o país por mais um mandato e preparar o terreno para um longo ciclo de crescimento sustentado – acrescenta.
O primeiro congresso do PT foi realizado em 1991 em São Bernardo do Campo, em São Paulo, onde o partido foi fundado. O segundo foi feito em 1999 em Belo Horizonte.
– O Partido dos Trabalhadores reafirma sua disposição de contribuir decisivamente para a formação de um governo de coalizão, compartilhando responsabilidades com todas as forças que assumirem o programa de mudanças vitorioso no último 29 de outubro – diz a resolução aprovada pela cúpula do partido.
Dias antes da reunião do diretório, alguns membros do PT tinham se mostrado cautelosos diante da decisão de Lula de dialogar com todas as forças políticas do país, inclusive de oposição, com o objetivo de ampliar sua base de apoio no Congresso. O discurso que o presidente fez na abertura da reunião do Diretório Nacional no sábado, no entanto, acabou com as resistências.
– Vou chamar todo mundo para conversar. Não podemos ficar mais quatro anos nessa situação, nessa guerra sem fim dos primeiros quatro anos – disse Lula a seus companheiros de partido após afirmar que era necessário começar o segundo Governo com um forte apoio político.
Várias grupos já aceitaram o convite de Lula, entre eles o PMDB, a maior força política do país, o que não agradou alguns setores do PT. Os críticos acreditam que esse apoio será dado sob a condição de nomeações para cargos públicos, o que pode reduzir a participação do próprio PT no governo. Lula, no entanto, garantiu no sábado que isso não ocorrerá e que seu segundo mandato "será tão bom que até o PT vai gostar dele".
– O governo de coalizão não é baseado na distribuição de cargos. É um compromisso com um programa. É a possibilidade de encontrar um terreno comum para uma ação transformadora que o Brasil espera há muito tempo e que tem adeptos em toda a sociedade e em vários partidos – diz a resolução do PT.
O texto afirma também que a solidez do próximo governo depende essencialmente de sua coesão programática, da sustentação que conseguirá no Congresso e da capacidade de gerar um forte apoio da sociedade. Segundo a resolução, os principais desafios de Lula nos próximos quatro anos serão o crescimento sustentado da economia, com o objetivo de aumentar a geração de empregos e melhorar a distribuição da renda; a consolidação da democracia, que inclui uma reforma política e institucional; e a ampliação dos investimentos em políticas sociais.
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