| 03/12/2006 17h55min
O número de eleitores venezuelanos que compareceram às urnas para votar para presidente já superou as expectativas inicias do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela. A informação é do reitor do CNE, Germán Yépez, divulgada no site do órgão. Desde a madrugada de hoje, há filas em quase todas as seções eleitorais do país. Os dois principais candidatos são Hugo Chávez, atual presidente e candidato à reeleição, e Manuel Rosales, candidato de oposição.
Apontadas como problema em uma eleição que, segundo o próprio CNE, transcorre em clima de tranqüilidade, as filas não são novidades em eleições venezuelanas. Embora as urnas, a exemplo do Brasil, sejam informatizadas, o sistema não comporta o grande número de eleitores, segundo o jornalista Gilberto Maringoni. Para ele, em um país com tradição de altos índices de abstenção eleitoral, as filas são positivas, pois representam maior participação política dos venezuelanos.
Maringoni diz que o sistema eleitoral venezuelano foi dimensionado a partir da estimativa histórica de grandes índices de abstenção. Porém, segundo ele, desde 2002, tem crescido o número de eleitores na Venezuela.
Até os anos 1980, o comparecimento às urnas não ultrapassava os 30%. Com a crise que atingiu o país e a conseqüente desilusão com a democracia, esta participação baixou até atingir, em 1994, seu percentual mais baixo, 17%. Após isso, voltou a subir um pouco nas eleições seguintes, atingindo um percentual elevado na primeira eleição do Hugo Chávez, em 1998. A partir daí, vem em um crescendo contínuo, chegando a 60% de comparecimento.
– A única exceção foi a eleição para governadores, em 2005, quando a oposição promoveu uma campanha incentivando o povo a não votar e retirou suas candidaturas. A abstenção então voltou à casa dos 30% – diz o jornalista.
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