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O diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Mello assume na quinta-feira, dia 12, o posto de alto-comissário de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), já desafiado pelos ativistas a manter as mesmas posturas agressivas de sua antecessora, Mary Robinson. Mello assume um mandato de quatro anos em um momento delicado, com crescentes suspeitas de abusos em todo o mundo relacionados à "guerra ao terrorismo'' desencadeada pelos Estados Unidos há um ano.
Mas o chefe imediato de Mello, o secretário-geral Kofi Annan, busca um alto-comissário com estilo mais suave do que Robinson, que arrumou desavenças em Pequim, Moscou e Washington. Os Estados Unidos, por exemplo, foram criticados por ela por causa dos bombardeios contra o Afeganistão. Na Rússia há a questão da Chechênia, e na China, a do Tibete.
– Será difícil seguir a senhora Robinson. Ela colocou a proteção dos direitos humanos – razão de seu mandato – acima dos interesses políticos – elogiou a organização Anistia Internacional.
O brasileiro Sérgio Vieira de Mello trabalha na ONU desde 1969. Sua última missão foi comandar o governo provisório que preparou a independência de Timor Leste, concretizada neste ano. Antes, foi chefe da missão da ONU em Kosovo. Sempre cauteloso, ele descreve seu novo trabalho como "um campo político minado'' e pediu tempo para estudar algumas questões. Os militantes dos direitos humanos acusam os Estados Unidos de usarem a "guerra ao terrorismo'' como pretexto para eliminar liberdades civis. O tratamento aos prisioneiros da Al-Qaeda e do Taliban em Guantánamo também provocou protestos.
Já antes dos ataques de 2001, os ativistas achavam que os Estados Unidos vinham perdendo seu entusiasmo na defesa dos direitos humanos. Em abril deste ano, os delegados na Comissão de Direitos Humanos votaram contra investigações sobre abusos no Irã e na Chechênia e bloquearam a discussão sobre o Zimbábue.
– O novo alto-comissário deve mostrar uma liderança forte e com princípios num momento em que o sistema de direitos humanos da ONU e a lei internacional estão sob ataque – afirmou a entidade Human Rights Watch.
As informações são da agência Reuters.
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