| 20/12/2006 16h40min
Sete partidos decidiram não votar nada nesta quarta e deixar tudo para a próxima legislatura. Não houve acordo na reunião do presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), com líderes partidários.
Aldo, no entanto, apoiado pelo líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e pelo líder do PDT, Miro Teixeira (RJ), encampou a idéia de votar, primeiro, o fim da verba indenizatória de R$ 15 mil e dos 14º e 15º salários a que os parlamentares tem direito. Só depois, o aumento salarial seria votado.
Os líderes de PSDB, PV, PTB, P-Sol, PSB, PPS e PMDB entenderam que a decisão era uma estratégia para o aumento de 90,7% (que elevaria os vencimentos de R$ 12,8 mil para R$ 24,6 mil) fosse aprovado. Seria uma espécie de compensação pelas outras perdas.
– Se acabarem com a verba agora, depois ela volta por ato da Mesa. Não queremos ser enganados de novo – disse Gabeira.
Já o líder do PSB, Alexandre Cardoso, disse que este não é o momento certo para decidirem sobre o assunto:
– Não devemos votar nada nesse clima. Estão transformando a disputa pela presidência da Câmara em palanque eleitoral.
Os sete partidos irão à presidência da Câmara pedir a retirada dos projetos da pauta, jogando para a próxima legislatura a discussão.
– Isso é uma proposta para mascarar a realidade, que é aprovar o teto de R$ 24,5 mil – afirmou José Múcio, líder do PTB.
Atualmente, além do salário de R$ 12.847, cada deputado tem direito a uma verba indenizatória de R$ 15 mil, mais R$ 50 mil para gastar com gabinete, R$ 3 mil para auxílio-moradia, R$ 4 mil para correios e telefones e mais quatro passagens mensais de ida e volta para seu Estado. O que dá, em média, R$ 1 milhão ao ano por deputado.
No Senado, além dos salários, os parlamentares têm a verba indenizatória de R$ 15 mil, auxílio-moradia de R$ 3,8 mil, 11 funcionários comissionados, com um total de R$ 72 mil em salários, 25 litros de combustível por dia com motorista, além de passagens aéreas.
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