| 29/12/2006 19h56min
O esquema de segurança preparado pelas Polícias Militar e Civil para o Réveillon do Rio não será alterado em decorrência da onda de violência ocorrida durante toda a quinta-feira na cidade. Segundo o comandante geral da Polícia Militar, coronel Hudson de Aguiar, para garantir a segurança da população na chegada do Ano-Novo, será empregado o mesmo esquema do ano passado, com um acréscimo no número de policiais.
– No Réveillon 2007, vamos obedecer ao esquema que foi um sucesso em 2006, quando não tivemos problema algum na área de segurança pública. O que muda é que há um acréscimo no efetivo – disse o coronel Aguiar.
Estarão nas ruas 14.234 policiais militares, número 20% superior ao empregado na passagem de 2005 para 2006. O reforço constava do esquema de segurança originalmente planejado pela corporação, antes mesmo de ocorrerem os primeiros ataques à cidade.
O coronel Aguiar afirmou, entretanto, que a população não tem com o que se preocupar neste Réveillon. Ele acredita que, com as medidas adotadas e o reforço no efetivo policial, a paz esteja restabelecida.
– Até porque o episódio que houve aqui não tem nada a ver com o que aconteceu em São Paulo – destacou.
Para fazer o patrulhamento, a Polícia Militar vai utilizar 1.307 viaturas, 370 motos, dois helicópteros, duas lanchas e dez reboques. Os batalhões especiais da PM, como o de Policiamento em Áreas Turísticas e o de Choque, também estarão envolvidos na patrulha.
O esquema inclui também 32 torres de observação nos bairros de Copacabana, Leme, Ipanema e Leblon, que, segundo o coronel Aguiar, irão proporcionar aos policiais militares uma visão privilegiada e auxiliar na prevenção de crimes. Alguns pontos da cidade, considerados estratégicos, como as linhas Vermelha e Amarela, a Avenida Brasil, estações de metrô, terminais rodoviários e a Central do Brasil, receberão reforço no policiamento.
A partir de sábado, comunidades populares, como o Morro Dona Marta, Vigário Geral, Chapéu Mangueira e Complexo da Maré, serão ocupadas pela Polícia Militar. Algumas comunidades, como Pavão-Pavãozinho, Cantagalo e Morro do Estado, não sofrerão intervenções diferenciadas, porque já contam com o trabalho de grupamentos de policiamento em áreas especiais. As ocupações no Vidigal e na Rocinha serão mantidas.
Desde quinta-feira, às 18 horas, 80 viaturas da Polícia Civil estão auxiliando o trabalho da PM.
– As viaturas estão posicionadas nas áreas mais problemáticas. Nessas áreas, tem que ter realmente uma aplicação mais efetiva de nossos policiais militares – justificou o comandante da PM.
Na passagem do ano, a Polícia Civil contará com 6,5 mil homens a mais do que seu efetivo ordinário, para reforçar o policiamento nas delegacias e carceragens. O chefe da Polícia Civil, Ricardo Hallack, disse que não medirá esforços para garantir a segurança da população.
– Vamos fazer o possível e o impossível para garantir. É nosso dever e é um direito da população. Vamos exercer esse dever para que a população possa exercer seu direito de se divertir e confraternizar numa festa bonita como a nossa – disse.
O esquema de segurança prevê reforços também para as unidades policiais que mantêm presos sob custódia da região metropolitana, Baixada Fluminense e interior do Estado. Além disso, os locais onde haverá queima de fogos serão fiscalizados pela Divisão de Fiscalização de Armas e Explosivos, que contará com um efetivo 50% superior ao ordinário.
A Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) dará suporte às bases da Polinter e vai efetuar, com apoio do esquadrão antibomba, fiscalização preventiva nos bairros de Copacabana, Leme, Ipanema, Leblon, Flamengo, Barra da Tijuca e Recreio, com o objetivo de apreender explosivos e outros artefatos pirotécnicos não autorizados.
O chefe da Polícia Civil informou que o serviço de inteligência também participará da operação de Ano-Novo.
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