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 | 20/09/2002 11h46min

Bush busca apoio de Moscou para ação contra o Iraque

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, vai se encontrar com os ministros da Defesa e das Relações Exteriores da Rússia na sexta-feira, dia 20, na esperança de convencer Moscou a se aliar à sua campanha contra o presidente iraquiano, Saddam Hussein. Enquanto Bush se preparava para encontrar os dois Ivanovs – o chanceler Igor e o ministro da Defesa Sergei – o diário The Washington Times afirmou que planejadores militares norte-americanos vêem fevereiro como a melhor época para começar uma guerra contra o Iraque.

Moscou e Washington, que serão decisivos na definição de qualquer resolução no Conselho de Segurança da ONU, adotam posições divergentes sobre como lidar com esse país. A Rússia quer dar a Saddam outra chance, permitindo o retorno dos inspetores de armas da ONU para avaliar o estágio de seus programas de armas de destruição em massa. Os Estados Unidos exigem que o Iraque se desarme e quer a aprovação de uma firme resolução no Conselho de Segurança especificando as consequências que Bagdá deve sofrer por desafiar por 12 anos as determinações do órgão.

O secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, disse que se trata de um "truque'' a oferta iraquiana desta semana de readmitir os inspetores de armas da ONU.

– Este não é o momento de aceitar o que eles disseram – afirmou Powell a um comitê do Congresso dos EUA. – É hora de aplicar ainda mais pressão.

Bush já havia marcado há bastante tempo o encontro com as duas autoridades russas. O objetivo da reunião era inicialmente discutir a implementação de um histórico acordo de redução dos arsenais nucleares dos dois países. Apesar disso, porta-vozes do presidente disseram que eles provavelmente tratarão da questão iraquiana.

Na quinta-feira, dia 19, Bush enviou ao Congresso um projeto de resolução que lhe daria autoridade para utilizar "todos os meios,'' inclusive a força militar, para desarmar e derrubar o regime de Saddam se as inspeções da ONU não forem suficientes para eliminar as armas de destruição em massa do Iraque. O ministro da Defesa russo, Sergei Ivanov, disse que os inspetores de armas da ONU poderiam "determinar facilmente'' se o Iraque continua ou não em busca desse tipo de armamentos.

Numa carta lida pelo chanceler iraquiano na Assembléia Geral da ONU, na quinta-feira, Saddam negou possuir armas proibidas. Ele acusou os Estados Unidos de desejar destruir o Iraque com o objetivo de controlar o petróleo do Oriente Médio. E sinalizou que colocaria restrições aos lugares onde os inspetores de armas poderão visitar, afirmando que a soberania e a segurança de seu país devem ser respeitadas. As informações são da agência Reuters.

 
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