| 21/09/2002 11h08min
O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP) Yasser Arafat prometeu não render-se a Israel no sábado, dia 21, depois que as forças israelenses demoliram partes do edifício onde está confinado, e lançaram bombas que chegaram bem perto do líder palestino, deixando-o coberto de poeira. Em seu primeiro pronunciamento desde quinta-feira, dia 19, quando o cerco começou, o líder palestino pediu o fim dos ataques dentro de Israel, motivo pelo qual os tanques cercaram seu quartel-general na Cisjordânia, depois que sete pessoas foram mortas em ataques suicidas.
– Estamos prontos para a paz, mas não para a capitulação, e nós não vamos desistir de Jerusalém ou uma pedrinha de nosso solo que são garantidas por leis internacionais – afirmou Arafat em comunicado escrito divulgado pela agência de notícias palestina WAFA. – Eu reitero meu pedido para que o povo palestino e todos os nossos partidos interrompam qualquer ataque violento dentro de Israel porque (o primeiro-ministro Ariel) Sharon os explora como uma desculpa para destruir a paz dos corajosos.
Mas a demolição da maior parte do complexo presidencial na cidade de Ramallah o deixou parecendo mais fraco do que em qualquer outro momento desde que ele voltou aos territórios palestinos em 1994, após os acordos de paz interinos com Israel. Os tanques israelenses que rugiram durante a noite amanheceram silenciosos e um incêndio atingia um dos edifícios destruídos em um complexo empoeirado, em um local completamente devastado pelas explosões e escavadeiras.
Israel pede que Arafat entregue 20 militantes palestinos procurados que estariam abrigados em seu QG. O mais duro confinamento de Arafat desde que as forças israelenses cercaram o ex-líder guerrilheiro em 1982, durante a guerra do Líbano, aumentou os temores de uma nova onda de violência que pode complicar os planos de Washington para uma possível guerra contra o Iraque. Israel afirma que seu objetivo é isolar Arafat e não matá-lo.
– Nós dissemos que não vamos ferir o senhor Arafat pessoalmente. Nós normalmente cumprimos nossa palavra, ao contrário de Arafat, que ainda tem de cumprir suas promessas (em deter militantes) – disse o porta-voz do governo Raanan Gissin.
As informações são da agência Reuters.
Grupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2009 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.