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Lula admite dificuldades no primeiro ano de administração, se eleito

Presidenciável afirmou que sua obsessão é o emprego

O candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou na noite deste sábado, 21 de setembro, em Governador Valadares (MG), que ninguém deve esperar "milagres no primeiro ano" de um eventual governo seu. É a primeira vez que Lula admite publicamente que, se vencer a eleição, terá dificuldades no primeiro ano de administração.

Durante o comício, o presidenciável afirmou que, se ganhar a eleição, fará o alicerce de um novo Brasil, mudar a economia e dar garantias a todos os estudantes para que freqüentem as escolas. Ele referiu-se às três derrotas que teve na disputa para a Presidência, em 1989 para Fernando Collor, e em 1994 e 98 para Fernando Henrique. Segundo ele, cada derrota foi um estímulo para continuar lutando. Lula já sabia, naquele momento, que a pesquisa do DataFolha, divulgada neste sábado, o deixava próximo da vitória no primeiro turno. E fez um apelo aos presentes para que continuem nas ruas, conversem de casa em casa, peçam votos para o Lula e para os candidatos a deputado e a senador da aliança (PT, PL, PC do B, PMN e PCB).

Lula afirmou que sua obsessão é o emprego. Eleito presidente, disse, irá gerar mais empregos para que os brasileiros não tenham de ir embora. O petista prometeu que o dinheiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da Caixa Econômica, do Banco do Brasil e do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) será aplicado para gerar emprego. Ele lembrou que 43 milhões de pessoas passam fome no país e atribui a estatística à falta de planejamento dos governantes.

Antes de Lula, falou o senador José Alencar, candidato a vice. O empresário mineiro disse que o trabalho nasceu antes do capital e, por isso, é preciso ter um trabalhador na Presidência da República.

O presidente Fernando Henrique Cardoso foi informado pessoalmente pelo presidenciável do PT de que não responderia aos ataques do programa eleitoral do tucano José Serra. Conforme um integrante da campanha de Lula, o petista teria dito ao presidente que se baixar o nível, será muito ruim para o país. Lula reafirmou na noite de sábado que não responderá aos ataques de Serra ou de qualquer outro adversário. Para o petista, podem xingar o PT de tudo, mas não encontram no PT indícios de corrupção e da safadeza que existem por aí.

Mais informações sobre candidatos, partidos, pesquisas, regras e números eleitorais no especial Eleições 2002.

 
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