O avanço das investigações sobre a WorldCom está permitindo identificar indícios de relações suspeitas da gigante do setor de telecomunicações com seu parceiro Citigroup. A informação foi publicada nesse domingo, dia 22, no jornal The New York Times, que também apontou ligações irregulares da quebrada empresa de energia Enron com companhias e bancos. O grande alcance das operações bancárias e de corretagem do Citigroup deixaram o grupo exposto a várias investigações do governo americano e do Congresso dos Estados Unidos.

Estão sendo apuradas as análises da integridade das recomendações de ações e atuação do grupo nos colapsos da Enron e da WorldCom. Conforme o jornal, provas encontradas por investigadores indicam negócios ilícitos entre a Salomon Smith Barney, corretora do Citigroup, e executivos da WorldCom. Uma ação judicial movida por um ex-corretor da Salomon aponta que planos de investimento de funcionários da WorldCom circulavam na corretora.

As informações permitiriam à Salomon fazer negócios lucrativos às custas dos funcionários. Um novo relatório, concluído por investigadores federais sexta-feira, informa que a gigante norte-americana de energia Enron, concordatária desde 2001, também criou uma série de parcerias com outras empresas e bancos que permitiram manipular seu balanço financeiro e esconder débitos de até US$ 25 bilhões nos últimos dois anos.

A descoberta, segundo o New York Times, pode afetar a credibilidade dos bancos envolvidos na suposta operação, com repercussão em bolsas de valores. Investigações preliminares já indicavam a proximidade de bancos e empresas na fraude contábil da Enron, que teria escondido um rombo de cerca de US$ 14 bilhões. O novo documento, porém, aponta a possibilidade de maior participação das instituições financeiras. A operação funcionava como um dominó. Se uma pedra fosse derrubada, todas cairiam. Representantes das instituições foram procurados, mas não quiseram comentar o documento.