| 27/01/2007 17h16min
A nova Câmara terá estréia de figuras exóticas, como o músico Frank Aguiar (PTB-SP) e o estilista Clodovil Hernandes (PTC-SP). Novatos na política, eles reconhecem a pouca familiaridade com o processo legislativo.
Polemista profissional, Clodovil chegou a afirmar que não se venderia por pouco e que sua atuação dependeria de quanto lhe oferecessem para votar os projetos do governo. Entre as prioridades do estilista, está a construção de casas cor-de-rosa para atender jovens abandonadas pela família.
Eleito com 145 mil votos, Aguiar quer se descolar do rótulo de político folclórico. Com mais de 5 milhões de discos vendidos, o compositor passou os últimos dias enfurnado das 8h à 1h da madrugada em um estúdio gravando seu último CD.
Aguiar quer entregar o disco à gravadora antes da posse para se dedicar ao mandato, no qual pretende apresentar projetos de fomento à cultura e à educação.
– Mas não deixarei os fãs órfãos. Conciliarei o meu tempo entre a Câmara e os shows por todo o país – assegura o músico, que recusou uma sugestão dos assessores para decorar o gabinete com elementos tradicionais do forró.
Para se familiarizar com as articulações políticas e com o ambiente do Congresso, a também debutante Manuela D'Avila (PCdoB) passou as duas últimas semanas em Brasília. Campeã de votos no Rio Grande do Sul, Manuela sequer tomou posse e já é uma das mais populares na Câmara.
Quarta-feira, ela venceu uma eleição simulada para a presidência da Casa, durante um teste das urnas eletrônicas que serão usadas na eleição verdadeira, no dia 1º. Engajada na candidatura do colega de partido Aldo Rebelo (SP), a gaúcha afirma que ainda não presenciou conchavos nem propostas indecorosas.
– Fico chocada com o que leio nos jornais, mas estou otimista. Se não acreditasse na melhoria da Câmara, não teria me candidatado. Só não posso perder a capacidade de me indignar.
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